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A importância da hidratação para os pets

Publicado em 29 de novembro de 2024

Tempo de leitura: 5min

Por Alexandre Rossi – Dr Pet 

Garantir a hidratação correta dos pets é fundamental para o bom funcionamento do organismo e para a prevenção de diversas doenças. No entanto, muitos tutores ainda subestimam a importância de certos detalhes que fazem toda a diferença na rotina de hidratação dos animais de estimação.

Imagem de cachorro bebendo água

Benefícios da água para o organismo
A água é essencial para todas as funções vitais, ajudando na regulação da temperatura corporal, no transporte de nutrientes e na eliminação de toxinas. Quando um pet não ingere a quantidade ideal de água, ele pode desenvolver sérios problemas de saúde, incluindo desidratação, doenças renais e infecções urinárias.

A formação de cristais e cálculos nas vias urinárias é uma consequência comum da ingestão insuficiente de água, especialmente em gatos.

Consumo ideal de água
O volume de água que um pet deve ingerir varia de acordo com seu peso e sua dieta. A recomendação geral é que os animais consumam entre 50 e 70 ml de água por quilograma de peso corporal diariamente. Isso significa que um cão de 10 kg precisa de aproximadamente 700 ml de água por dia, enquanto um gato de 5 kg deve beber cerca de 350 ml.

No entanto, muitos fatores podem influenciar essa quantidade, como clima, nível de atividade física e condições de saúde. Além disso, animais que se alimentam predominantemente de ração seca precisam beber mais água em comparação aos que consomem alimentos úmidos ou naturais.

Mineral x Filtrada
A qualidade da água oferecida é um ponto que muitos tutores podem negligenciar. A água filtrada é uma das melhores opções, pois remove impurezas e cloro em excesso, tornando-a mais palatável.

Mas nem sempre é o ideal. No meu caso, na minha casa nova, percebi que havia muito cloro na água da torneira, e minha gatinha Miah começou a beber menos água. Para resolver essa situação, recorri a um filtro de osmose reversa, que garantiu uma água mais pura e segura para ela.

Por outro lado, a água mineral pode ser uma opção em regiões onde a água da torneira apresenta altos níveis de metais pesados ou contaminação. Mas atenção: embora a água mineral contenha minerais benéficos como cálcio e magnésio, o excesso desses minerais pode não ser ideal para os rins dos pets, especialmente se eles já tiverem predisposição a problemas renais ou urinários. Então, colha uma água mineral natural com baixos níveis de sódio e outros minerais e, na dúvida, consulte o seu veterinário de confiança.

Vale lembrar ainda que a água parada por muito tempo pode acumular bactérias, por isso, é necessário trocar a água dos potes regularmente.

Posicionamento estratégico dos potes
A colocação dos potes de água é outro fator que pode influenciar na quantidade de líquido que o pet ingere. Colocar potes em vários pontos da casa, especialmente nos locais onde o animal passa mais tempo e por onde transita, incentiva a hidratação.

Em casas com mais de um andar, é recomendado ter ao menos um pote em cada piso. Certifique-se de que os potes sejam de materiais seguros, como inox, vidro ou cerâmica, e que estejam sempre limpos. Evite plásticos que podem liberar substâncias tóxicas e acumular odores.

Para gatos, que são particularmente sensíveis à localização dos recipientes, as fontes de água podem ser uma excelente solução, pois eles são atraídos pela água em movimento, o que os incentiva a beber mais. Mas, é importante que além das fontes, tenha pelo menos um pote comum.

Atividade física
A atividade física é uma maneira eficaz de estimular a sede e, consequentemente, a ingestão de água. Brincadeiras interativas, passeios e momentos de lazer não só contribuem para a saúde mental e física do animal, mas também ajudam a aumentar o consumo de líquidos.

Para cães, passeios regulares e jogos de busca podem ser combinados com pausas para a hidratação. Para gatos, atividades que incentivem o movimento, como brinquedos que imitam presas, ajudam a despertar a sede.

Alternativas para complementar a hidratação
Quando o animal tem dificuldade em ingerir a quantidade ideal de água, é possível complementar a hidratação com alternativas como ração úmida de alta qualidade ou caldos naturais preparados com frango ou ossos (sem temperos) que podem ser oferecidos em pequenas porções.

Cubos de gelo feitos com água pura ou com pedaços de fruta são boas opções para dias quentes, assim como frutas frescas ricas em água, como melancia e melão, que podem ser dadas com moderação. Gelo com água de coco também pode ser uma opção refrescante, desde que oferecida moderadamente devido ao teor calórico.

Imagem de gato deitado ao lado de bebedouro

Bebidas e alimentos proibidos
É essencial que os tutores conheçam as bebidas e alimentos que não devem ser oferecidos aos pets. Bebidas com cafeína, sucos industrializados, isotônicos, chá preto e bebidas alcoólicas podem causar intoxicações graves, afetando os sistemas nervoso, respiratório e cardiovascular. Até mesmo a água com gás, que pode parecer inofensiva, deve ser evitada, pois pode causar desconforto e problemas intestinais.

Além disso, embora naturais e não adoçados, sucos de frutas não são indicados para os pets devido ao alto teor de frutose, que pode levar à obesidade e diabetes. Prefira oferecer frutas inteiras como banana, maçã, pêra, mamão, morango, melancia, melão, goiaba e manga laranja.

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Alexandre Rossi, conhecido como Dr Pet, é especialista em comportamento animal, zootecnista e médico-veterinário. Junto de seus pets, Estopinha (in memoriam), Barthô e a gatinha Miah, ele é a maior referência no assunto do Brasil, divulgando seu conhecimento em estudos científicos, cursos on-line, programas de TV e redes sociais.

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