Curiosidades

Animais que migram

Publicado em 22 de agosto de 2024

Tempo de leitura: 7min

A migração é, sem dúvida, um dos fenômenos mais espetaculares. Tais movimentos são geralmente motivados pela necessidade de alimento, climas aprimorados, ou áreas para procriar. Leia agora mais sobre a jornada que alguns animais fazem quando migram.

Andorinha em cima de corda branca.

Aves Migratórias

Andorinha

A andorinha é conhecida por sua migração anual, sendo na verdade um dos primeiros sinais de que uma nova estação está chegando. Elas migram para o hemisfério norte durante a primavera e o verão, onde há muitos insetos para comer e podem cuidar de suas crias. Durante o outono, migram para o hemisfério sul, fazendo com que se estabeleçam em um clima moderado com comida abundante.

Ganso selvagem

A segunda variedade de ave migratória é o ganso selvagem, conhecido por seu icônico voo em forma de “V”. A formação, além de um espetáculo visual, ajuda a conservar energia. Devido ao fato de que se deslocam nessa formação, os gansos são literalmente levados nos redemoinhos criados pelas asas de seus companheiros, e o uso de energia ao se deslocar para longas distâncias é melhor aproveitado, já que não precisa de 100% de desempenho no voo.

Cegonha

A cegonha é uma das aves migratórias mais conhecidas, até mesmo lendas e folclores foram muito registrados em todas as culturas do mundo. Sua rota da Europa para a África é a mais longa. A cegonha branca, entretanto, fica na Europa durante o verão, onde ela e seus filhotes constroem ninhos. Quando o inverno se aproxima, ela viaja para a África subsaariana, onde o clima ainda é pelo menos suportável e a comida está em abundância.

Mamíferos migratórios

Baleia Jubarte

A Baleia Jubarte é talvez o animal com uma das maiores rotas de migração – notáveis mais de 8000 km. A migração é conduzida entre as áreas de alimentação em águas frias polares e as áreas de reprodução em águas tropicais e subtropicais. Elas se alimentam das águas ricas do Ártico ou da Antártica durante o verão, acumulando uma camada de gordura que lhes permite sobreviver durante a estação de acasalamento, quando, na verdade, não comem nada. No inverno, elas nadam até as águas mais quentes para acasalar e dar à luz seus filhotes. Nas águas tropicais, a temperatura amena e a ausência de predadores criam um ambiente relativamente seguro para o pequeno filhote recém-nascido.

Coiote

O coiote é um mamífero que é muito mais adaptativo e oportunista do que outras grandes espécies migratórias. Enquanto não é conhecido por migrar ao longo de rotas sazonais específicas como outras espécies de mamíferos, o coiote é muito significativo em seu potencial para se mover para novos terrenos e utilizar novas oportunidades ecológicas. Originalmente nativo das pradarias e desertos da América do Norte, o coiote se estabelece com sucesso em quase qualquer tipo de habitat, de terras rurais a subúrbios.

Gnu

O gnu é uma das espécies mais conhecidas pela migração em massa, sendo o proprietário de uma das maiores e mais dramáticas migrações de terras do mundo. Todo ano, cerca de 1,5 milhão de gnus, juntamente com zebras e gazelas, viajam do Serengeti, na Tanzânia, para o Maasai Mara, no Quênia, em um percurso de cerca de 2000 km em busca de pastos verdes e água. A estação, ou estações, é/são a razão da migração e uma das atividades benéficas para a sobrevivência dos gnus é que eles sabem que, a menos que migrem, os pastos serão cortados. Além de determinar a paisagem por pastoreio e fertilização do solo, a migração das gnus é o motor de um sistema complexo de alimentação que sustenta os carnívoros terrestres – leões, hienas – e até mesmo carnívoros aquáticos, como os crocodilos, e traz equilíbrio ecológico para aquele território.

Dois coiotes na floresta.

Peixes que migram

Sardinha

A sardinha é um peixe que migra em grandes números, formando cardumes que podem ser vistos de longe. Uma das ocorrências mais espetaculares ocorre anualmente ao longo da costa leste da África do Sul e é chamada de “corrida das sardinhas”. Neste fenômeno, bilhões de sardinhas migraram das águas frias da península do Cabo para as águas quentes da Costa Leste – uma jornada de aproximadamente 1.000 km.

Salmão

O salmão é conhecido por suas viagens de volta ao local de nascimento para desova. Nascido em rios de água doce, o salmão se muda para o oceano, onde passa a maior parte de sua vida, crescendo e se alimentando. Durante a estação de reprodução, o salmão volta ao seu rio natal de longe, nadando contra a correnteza através de obstáculos como quedas d’água e corredeiras.

Truta

Uma truta, especialmente uma truta-marrom e uma truta-arco-íris, é um peixe migratório com movimentos que são significativos sazonalmente para sua sobrevivência e reprodução. Algumas espécies de trutas são anádromas, significando que elas viajam da água salgada do oceano ou de grandes lagos para a água doce de uma pequena barragem, onde a desova ocorre em um local preferido para o desenvolvimento dos ovos. A maioria das trutas, por outro lado, é também migratória em um rio, movendo-se de uma área de um rio para outra ou entre seus afluentes em resposta aos fatores sazonais de temperatura e disponibilidade de alimentos.

Insetos migradores

Borboletas

O mais famoso exemplo de migração que ocorre entre insetos é o da borboleta-monarca. Elas se envolvem em uma das maiores migrações que ocorrem entre insetos e percorre até 4.800 km a partir das suas terras de reprodução na América do Norte até as terras altas do México, onde passam o inverno. A migração dessas borboletas é tão longa que um único indivíduo da espécie não pode alcançar o destino sozinho; é uma migração multi-geracional, com todas as gerações continuando a migração até o destino.

Vespas

Outro inseto migratório é a vespa europeia (Vespula germanica), que pode percorrer longas distâncias durante o outono em busca de terras em que possa estabelecer novas colônias. Eles são muito ativos na busca de alimentos e territórios para construir seus ninhos e migram para regiões com clima ameno e comida mais abundante.

Gafanhotos

Gafanhotos são notórios por suas migrações em massa que, às vezes, podem ser extremamente devastadoras. Em um surto de pragas, grandes enxames de gafanhotos podem voar mais de 100 milhas em busca de novas áreas de pastagem. Esses enxames, compostos por até milhões de gafanhotos, têm a capacidade de devorar toda a colheita das terras dos agricultores, resultando em enormes perdas no setor agrícola. A praga dos gafanhotos tem sido historicamente controlada pelas condições climáticas, como a seca ou a escassez de alimentos, que forçam os insetos a migrar para terras.

Importância da migração

Os animais que migram são extremamente significativos para a sobrevivência dos ecossistemas, do ciclo dos nutrientes e da fauna. As jornadas feitas pelas aves, mamíferos, peixes e até insetos conectam diferentes partes do mundo natural. Essas jornadas mostram a “sincronicidade”, ou seja, como os ciclos naturais, como as estações do ano, estão interligados e funcionam em harmonia.

A migração também é importante porque ajuda os animais a se adaptarem a ambientes em mudança, a encontrar os recursos necessários para sobreviver (como comida e água) e a colonizar novos habitats, o que garante a sobrevivência e a reprodução das espécies. Além de ser fundamental em processos como a fertilização do solo (que é importante para o crescimento das plantas) e no suporte a cadeias alimentares complexas, nas quais diferentes espécies dependem umas das outras para sobreviver.

Cegonha voando em cima de pantas.

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