Animais com síndrome de Down: será que os bichinhos podem ter essa condição?
Publicado em 22 de julho de 2021Tempo de leitura: 5min
Existem muitas doenças e condições que nossos animaizinhos podem ter. Algumas, inclusive, podem ser comuns entre humanos e pets, tendo sintomas parecidos. Por isso, é muito comum ouvir que existem animais com síndrome de Down. Mas será que isso é verdade?
Para entender se algum pet pode ter a condição derivada de uma alteração genética, é preciso saber alguns detalhes da biologia dos humanos e dos bichinhos. Por isso, se você está curioso para saber se gato, peixe ou cachorro tem síndrome de Down, continue a leitura!
Animais com síndrome de Down existem?
“É bastante improvável dizer que existe síndrome de Down em animais”, diz o Dr. Ítalo Cássio, médico-veterinário especialista em emergência e terapia intensiva e coordenador-técnico da Petz.
“Em estudos que incluíram cães e gatos, alguns genes de animais com síndrome de Down só foram encontrados em primatas”, completa o especialista. Logo, nossos pets não teriam como apresentar as alterações cromossômicas características da síndrome.
Afinal, o que é a síndrome de Down?
Muita gente se pergunta se existem gatos e cachorros com síndrome de Down, mas o primeiro aspecto importante a respeito da síndrome é que não se trata de uma doença, mas de uma condição. Assim como outras alterações, ela ocorre quando há alguma falha na divisão celular durante a fase embrionária.
No caso da síndrome de Down em humanos, essa “falha” corresponde à triplicação — ao invés da duplicação — do cromossomo 21. Daí o outro nome pelo qual a síndrome de Down também é muito conhecida: trissomia do cromossomo 21.
Em seres humanos, essa alteração genética provoca algumas características marcantes, como rosto mais arredondado, mãos menores e olhos puxados. Na cognição, pessoas com a síndrome também apresentam comprometimento intelectual em relação a pessoas sem a alteração.
Por que não é possível dizer que há síndrome de Down em animais?
Como visto, a síndrome de Down corresponde a uma alteração genética específica no cromossomo 21 de humanos. Nesse sentido, é interessante relembrar as aulas de biologia: cada espécie possui certo número de pares cromossômicos. Enquanto nós temos 23 pares, gatos possuem 19. Ou seja, não contam com o par 21.
Mas mesmo em espécies com um número maior de pares cromossômicos — como os cães, que possuem 39 —, o par de cromossomos 21 de uma espécie não carrega as mesmas informações genéticas que o par 21 de outra espécie.
“Nos bichos, podem ocorrer inúmeras alterações de cunho genético ou congênito que desencadeiam expressões físicas diferentes”, explica Ítalo. “Mas não podemos classificar animais com síndrome de Down devido à especificidade da condição em seres humanos”, completa o especialista.
Conheça algumas das condições possíveis em cães e gatos
“Algumas alterações genéticas que modificam as características físicas ou comportamentais dos pets induzem as pessoas a fazerem uma associação, utilizando o nome síndrome de Down de maneira confusa”, diz o veterinário.
Assim, animais são equivocadamente associados a filhote de cachorro ou filhote de gato com síndrome de Down. Mas, segundo Ítalo, existem algumas alterações parecidas com a condição já estudadas em seres humanos que também podem ocorrer em cães e gatos. Entre elas, é possível citar:
- Síndrome de Klinefelter: acomete animais do sexo masculino. Nos indivíduos com a condição, observa-se ossos alargados, além de características sexuais menos desenvolvidas, associadas à hipoplasia testicular e à infertilidade;
- Síndrome de Turner: mais frequente nas fêmeas, provoca o comprometimento do crescimento e do desenvolvimento da genitália e a infertilidade;
- Síndrome do triplo X: ocorre devido a uma falha na divisão celular, que, como o nome sugere, acarreta a triplicação do cromossomo sexual X no indivíduo. Tal alteração provoca ciclos reprodutivos irregulares e arcada dentária fora de padrão.
Como cuidar de um pet com síndrome genética?
Mesmo que não existam animais com síndrome de Down, como vimos acima, algumas condições podem aparecer nos pets. Por isso, muitos tutores podem se perguntar se existem cuidados especiais quando falamos desses bichinhos.
O médico-veterinário Ítalo diz que a essência dos cuidados do dia a dia com um pet com alguma alteração genética devem ser os mesmos dados a um cão ou gato sem qualquer alteração. Ou seja, é preciso dar muita atenção e carinho, além de proporcionar alimentação balanceada, rotina de atividades e cuidados de saúde.
Por suas características, algumas síndromes requerem atenção especial no que diz respeito à alimentação e aos exercícios. “Em alguns casos, a síndrome de Klinefelter pode gerar alterações na uretra, sendo necessária a realocação cirúrgica do órgão para sua posição anatômica adequada”, completa Ítalo.
Se você suspeita de alterações genéticas ou de mudança física ou comportamental do pet, procure um veterinário! Somente ele, após uma avaliação, poderá passar as recomendações adequadas e específicas para seu filho de quatro patas.
Agora você já sabe se há animais com síndrome de Down! Para mais informações sobre a saúde dos nossos melhores amigos do mundo animal, não deixe de conferir o blog da Petz! São diversos conteúdos para você aprender!
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