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Precisa ignorar o pet quando a gente chega em casa? Vem saber mais sobre isso!

Publicado em 20 de abril de 2023

Tempo de leitura: 5min

Ignore o pet quando chegar em casa para que ele sofra menos quando você sair. 

Dr. Pet com o Barthô e a Estopinha no sofá.

Aposto que você já ouviu falar sobre isso, certo?! Eu mesmo já recomendei isso para vários tutores, porque era o que se acreditava que deveria ser feito para não potencializar a ansiedade de separação dos cães, ou seja, o sofrimento deles ao ficarem sozinhos.

Mas, hoje, já sabemos que não é realmente necessário ignorar o pet quando a gente chega em casa, embora também não seja recomendado fazer a maior festa para ele. Vou explicar melhor, confira abaixo!

Por que se recomenda ignorar o pet

Primeiramente, é importante entender por que os especialistas recomendavam ignorar o pet. Afinal, estamos falando de uma técnica referenciada, baseada em estudos científicos e com várias comprovações de sucesso entre os profissionais de comportamento animal. Ou seja, não é porque essa estratégia não é a mais indicada atualmente, que não tem o seu valor.

A ideia era mostrar para o cão que a nossa chegada não era necessariamente a coisa mais legal da vida dele, reforçando assim todos os treinos – que deveriam ser feitos em paralelo – para ensiná-lo a ficar mais tranquilo quando está sozinho, como o uso de brinquedos que soltam comida e treino de comandos de autocontrole como fica e não.

E, de fato, é essencial que o pet consiga aproveitar o ambiente mesmo quando o tutor não estiver em casa e até mesmo fique animado quando percebe que a família humana está saindo porque entendeu que sempre ganha algo gostoso nesses momentos.

Aqui em casa, por exemplo, quando o Barthô e a Estopinha percebem que eu vou sair, eles já ficam a postos para procurar ração pela casa, pois é um ritual que faço para que fiquem tranquilos.

O que dizem as novas evidências

A ciência do comportamento animal evolui a cada dia, e novas evidências vieram para fazer a gente repensar um pouco sobre tudo isso e seguir dando uma vida que realmente valha a pena ser vivida pelos nossos pets.

Nos últimos anos, muitos cientistas passaram a estudar sobre o tipo de apego que os pets tinham com seus tutores e como isso influencia em seu comportamento, incluindo na ansiedade de separação.

Dr. Pet em estúdio com a Estopinha e o Barthô.

Recentemente, publiquei um estudo científico que mostra que cães que dormiam dentro de casa mostravam menos sinais de ansiedade de separação e agressividade de acordo com seus tutores.

Foi uma surpresa quando nos deparamos com esse resultado, porque o fato dos tutores permitirem que seus pets ficassem mais “grudados” a eles sempre foi relacionado como uma das causas da ansiedade de separação e mal comportamento.

Porém, esse resultado condiz com as conclusões de várias pesquisas atuais sobre o tema! Pesquisas que indicam que, cães com mais acesso aos seus tutores e que têm uma relação equilibrada com eles, se sentem mais seguros.

E isso se reflete também no nosso tema: a chegada do tutor na casa. Para um pet que já é ansioso, ignorá-lo totalmente pode deixá-lo ainda mais inseguro, aumentando a ansiedade e agitação.

Já um animal com todas as suas necessidades supridas (incluindo a de conviver de perto e ter acesso aos tutores) certamente vai se mostrar muito mais confiante no dia a dia.

A ideia é que um cão que tem acesso à família com frequência e que recebe a atenção e carinho necessários, se sente muito melhor mesmo quando fica sozinho, porque sabe pelo histórico que seus tutores garantem a sua segurança.

O que fazer então?

“Mas, Dr Pet, o que tudo isso quer dizer na vida real e o que eu faço então?”

Simples! Você pode chegar em casa, falar com seu pet, dar um beijo e até mesmo dar um carinho.

Muitas pessoas ficavam extremamente chateadas com a recomendação de ignorar o pet, achavam que era “maldade” com o animal. Então, agora, não precisam mais sofrer!

Mas, atenção! Isso não significa que está liberado fazer a maior festa, falar com “voz de bebê”, agarrar e se jogar no chão com eles. Da mesma forma que ignorar deixa os cães mais ansiosos, esse tipo de atitude também contribui para aumentar a agitação e afetar o emocional deles.

Ou seja, a palavra-chave é equilíbrio! Aceite e retribua o “oi” do seu pet de forma calma, falando tranquilamente e o acariciando com delicadeza.

Depois que ele se acalmar, aí sim você pode iniciar uma brincadeira, por exemplo. Para ajudar, uma dica é cumprimentar o seu cachorro como ensinei, ir se trocar e só na volta engajar em uma interação mais intensa.

Dr. Pet segurando o Barthô no colo.

E não se esqueça de deixar o ambiente do seu peludo muito divertido para ele se distrair enquanto você estiver fora.

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Alexandre Rossi, conhecido como Dr Pet, é especialista em comportamento animal, zootecnista e médico-veterinário. Junto de seus pets, Estopinha, Barthô e a gatinha Miah, ele é a maior referência no assunto do Brasil, divulgando seu conhecimento em estudos científicos, cursos on-line, programas de TV e redes sociais.

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