Como a coleira certa pode ajudar seu cachorro a não puxar
Publicado em 19 de abril de 2023Tempo de leitura: 5min
Já aconteceu de você ver alguém passeando com um cão que anda bem tranquilo, sem puxar a coleira, e pensar: queria que meu cachorro fosse assim?
Pois saiba que você não está sozinho! Os problemas no passeio estão entre as 3 reclamações principais que tenho recebido nas minhas redes sociais nos últimos anos. Isso porque além do esforço para segurar o pet na rua (tem tutor que é até derrubado!), ainda rola todo um constrangimento na frente de quem está passando.
E a pandemia tem tudo a ver com isso! Muita gente me falou que estava com a sensação de que seus pets tinham desaprendido a passear na coleira. Já outras pessoas pegaram cães durante o isolamento e quando finalmente puderam sair com eles, ficaram muito decepcionadas com o comportamento dos pets.
E aí, nessas situações, o que costuma acontecer é que, depois de algumas tentativas, muitos tutores simplesmente desistem de passear com seus cães para evitar todo o estresse. Infelizmente, isso impacta diretamente a qualidade de vida deles.
A maioria dos cães ama passear. É a atividade que eles costumam mais gostar, além de trazer inúmeros benefícios para a saúde física e mental (deles e nossa!). Mesmo que você brinque com o pet em casa ou coloque ele numa creche canina, nenhuma atividade consegue proporcionar os mesmos estímulos que o passeio.
Então, eu peço: não pare de passear com o seu cão! Em vez disso, use o equipamento certo e mude o comportamento dele.
Peitoral Anti-puxão
Com certeza você já tenha visto algum cão na rua usando um peitoral anti-puxão, mas talvez não tenha se atentado. Olhando rapidamente, é fácil confundir esse equipamento com um peitoral comum, mas existe uma diferença muito importante entre eles: o local do clipe para prender a guia.
Enquanto no peitoral comum o clipe fica nas costas do cachorro, no peitoral anti-puxão, o clipe fica na frente, no começo do peito. E esse pequeno detalhe faz toda a diferença!
Vou explicar: pense num cão puxando um trenó na neve. Onde fica presa a guia nele? Nas costas! É instintivo para os cães puxarem quando sentem algo preso nas costas. Isso dá mais força de tração a eles.
Já o peitoral de clipe frontal tem um mecanismo simples para facilitar os passeios: quando o cachorro puxa, como a guia está presa no peito dele, ele precisa ficar de lado. Isso acaba incomodando e, aos poucos, ele começa a entender que é melhor não puxar.
Parece incrível, né? Mas isso significa que o problema está resolvido? Nem sempre! Tem muitos cães que se acostumam com esse incômodo de ficar de lado e até começam a andar de uma forma que incomode menos quando puxam.
Pois é! Os cães são espertos, e o passeio é muito estimulante para eles!
Cabresto
Para a nossa sorte, o peitoral anti-puxão não é a única opção. Existe também o cabresto, ou coleira de cabeça.
A inspiração para esse equipamento veio do cabresto que os cavalos usam. Nos cães, uma das partes também fica na cabeça, ou melhor, no focinho. A ideia é que, ao puxar, o cão acabe tendo que virar a cabeça para o lado, quase para trás.
O mecanismo é parecido com o do peitoral de clipe frontal, mas o cabresto costuma ser muito mais eficiente, porque ele desvia a atenção do pet do que ele estiver olhando na hora.
Além disso, exige muito menos força de quem estiver conduzindo, porque a cabeça do cachorro é muito mais sensível do que o corpo inteiro!
Parece até mágica, né?! Mas o cabresto também tem suas desvantagens. A primeira é que geralmente são necessários treinos (em casa primeiro e sempre com petiscos) para o cão aceitar bem o equipamento e não ficar tentando arrancar do focinho.
E a segunda é que, por puro desconhecimento, muitas pessoas na rua podem julgar o acessório e confundi-lo com uma focinheira. Então é importante estar preparado para isso.
Outro item importante
Por fim, outra coisa que ajuda muito no passeio são os petiscos. Eles não são exatamente um equipamento, mas, para mim, são essenciais para uma saída tranquila!
Seja para desviar a atenção do pet de algo que o incomode (como uma moto), atraí-lo até você quando necessário ou recompensá-lo por não puxar, os petiscos são uma ferramenta poderosa!
Mas, claro, para isso o cachorro precisa ter apetite e gostar muito do petisco escolhido! Atenção: frutas e biscoitos mais duros funcionam bem em casa, mas costumam ser ignorados na rua. Petiscos tipo bifinho ou mesmo um franguinho desfiado funcionam muito melhor. Consulte o veterinário para descobrir a melhor opção!
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Alexandre Rossi, conhecido como Dr Pet, é especialista em comportamento animal, zootecnista e médico-veterinário. Junto de seus pets, Estopinha, Barthô e a gatinha Miah, ele é a maior referência no assunto do Brasil, divulgando seu conhecimento em estudos científicos, cursos on-line, programas de TV e redes sociais.
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