Ailurofobia: saiba mais sobre o medo irracional de gatos
Publicado em 03 de setembro de 2020Tempo de leitura: 5min
Verdade seja dita: para os gateiros de plantão já é difícil entender alguém que diz não gostar de gatos. Agora, imagine alguém que não só prefere não estar na presença dos bichanos, como tem um medo irracional deles? Se você conhece alguém que se encaixa nessa descrição, seja paciente. Esse alguém pode sofrer de ailurofobia.
Informalmente conhecida como “gatofobia”, ailurofobia é o termo técnico para a fobia de gatos. E ao contrário do que muitos pensam, em geral, quem sofre desse mal está ciente que, na maior parte das vezes, não se trata de um medo racional.
Portanto, para enfrentar o problema, é preciso mais do que explicações sobre como os bichanos são inofensivos. Em muitos casos, é preciso um tratamento multidisciplinar, com terapia e atendimento psiquiátrico.
Medo racional versus medo irracional
Como diversos outros termos do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Problemas Mentais (ou DSM), a palavra fobia também possui um sentido técnico e outro popular. Por exemplo, é comum ouvir que temos “verdadeira fobia” à hipocrisia, à falsidade, etc, e isso nada mais é do que uma maneira enfática de dizer que temos aversão a determinada coisa.
Já para a psiquiatria, o termo fobia não diz respeito a um conceito racional que temos de coisas ou comportamentos. Ao contrário, a fobia é caracterizada por um medo irracional, geralmente de origem obscura para o próprio paciente.
Essa fobia a gato provoca sensações físicas reais de ansiedade, como aumento da frequência cardíaca, dores no corpo, tremores, entre outros sintomas.
Uma vez que não se trata de um medo racional, para acabar com a fobia não adianta falar para a pessoa que sofre com o problema que o bichano é vacinado, bonzinho e muito bem comportado.
Na verdade, elencar os motivos pelos quais acreditamos não haver razões para o medo de animais só tende a deixar a pessoa mais constrangida! Em vez disso, procure ser compreensivo, afaste o gatinho da pessoa e tente incentivá-la a procurar ajuda.
Conheça as causas mais comuns da “gatofobia”
Embora a fobia de gato seja um medo irracional, ela pode ter origem em experiências prévias bastante traumáticas e, portanto, compreensíveis como desencadeadoras de reações exacerbadas.
O problema é que nem sempre tais experiências persistem conscientemente na memória ou são inteligíveis para quem sofre com a fobia. Até porque muitas dessas experiências traumáticas costumam ser vivenciadas na infância. Entre as causas mais comuns da ailurofobia estão:
- Sofrer um ataque de gato;
- Presenciar um ataque de gato a outra pessoa;
- Ser exposto com frequência a situações em que o gato é retratado como malvado ou perigoso, especialmente na infância,
- Conviver com outra(s) pessoa(s) que têm muito medo de gatos.
Sobre os motivos que podem levar alguém a desenvolver a ailurofobia, é importante destacar que rastrear a origem da fobia de animais não é suficiente para acabar com ela. Nesse caso, ainda é recomendado buscar e/ou continuar com ajuda profissional.
O papel dos pais no desenvolvimento da ailurofobia
Como visto, o desenvolvimento da fobia pode ser um processo bastante inconsciente. Nesse sentido, é sabido que os pais têm um papel importante na construção da imagem que alguém irá formar dos bichanos na vida adulta.
Também é de conhecimento geral que, normalmente, as crianças são muito sensíveis e capazes de absorver mesmo pequenos sinais negativos em relação às coisas e situações.
No caso específico dos animais, é comum que, para proteger a criança, alguns pais reforcem que ela deve manter distância dos gatinhos, pois eles seriam donos de garras afiadas e muito perigosos.
É interessante destacar que isso vale também para quando destacamos outras características negativas, como transmissão de doenças — “o gato é sujo, causa toxoplasmose, etc.” — e até aspectos psicológicos estigmatizados, como quando alguém diz que os gatos são traiçoeiros.
Para criar uma criança confiante, portanto, evite reforçar certos estereótipos e permita que a criança se aproxime dos gatos e de outros animais. Lembrando que isso deve sempre ser feito de maneira controlada e supervisionada, para evitar problemas.
Tratamento da ailurofobia
Todas as fobias são desagradáveis e devem ser tratadas. Porém, algumas delas, como a fobia de gatos, prejudicam ainda mais a qualidade de vida de quem sofre. Isso porque fácil se deparar com um gato no dia a dia, o que não acontece com quem tem medo de cobras ou de avião, por exemplo, e pode evitar essas situações.
Se você sofre de ailurofobia ou conhece alguém com medo irracional de gatos, considere buscar uma ou mais das seguintes linhas de tratamento a fim de perder o medo dos felinos.
Terapia de exposição
Muito comum no tratamento de fobias, é aquela na qual o profissional vai aumentando progressivamente o contato do paciente com aquilo que ele teme de maneira segura, controlada e com apoio psicológico.
Terapia cognitiva-comportamental
Um dos objetivos deste tipo de terapia é identificar os “gatilhos”, ou seja, os padrões de pensamento responsáveis pelo medo, a fim de reverter o quadro por meio de raciocínio lógico e outros mecanismos de combate à fobia.
Psicanálise
De acordo com essa linha de tratamento, as fobias têm origem no inconsciente e costumam ser o deslocamento de alguma outra fonte de angústia e de desamparo para um objeto específico, como os gatos. Ou seja, nesses casos, a fobia é uma maneira de realçar outro sentimento do eu consciente.
É possível associar mais de uma linha de tratamento. Por exemplo, é possível que um terapeuta cognitivo-comportamental recomende a terapia de exposição em alguns casos. Além disso, um tratamento psiquiátrico também pode ser indicado para ajudar a diminuir os sintomas de ansiedade, acelerando o processo.
Gostou de conhecer sobre a ailurofobia? No blog da Petz, você encontra outras curiosidades e dicas relacionadas ao universo animal. Confira!
Petz
Aqui você encontra tudo sobre o mundo animal e fica por dentro dos cuidados essenciais com o seu pet.
Categoria de produto não configurada.
Deixe um comentário