Cães

Entenda a importância do reforço positivo para o adestramento

Publicado em 23 de janeiro de 2022

Tempo de leitura: 5min

Para incentivar os filhos a estudarem e ir bem na escola, muitos pais recompensam as boas notas com presentes ou viagens. Mesmo sem saber, eles estão usando uma técnica chamada de reforço positivo.

mulher treinando seu cachorro.

No mundo animal, o reforço positivo é o método mais recomendado por adestradores quando o assunto é o comportamento canino. Vamos saber mais sobre isso?

O que é o reforço positivo?

No adestramento canino, o reforço positivo consiste em recompensar o pet por comportamentos desejados. Ao agradá-lo com um petisco, após ele ter dado a pata quando solicitado, você está praticando o reforço positivo.

Na prática, parece bastante simples e uma forma interessante para quem quer adestrar cachorros ou gatos. Porém, o conceito é um pouco mais complicado. Você sabia, por exemplo, que também existe o reforço negativo e que ele não é algo necessariamente ruim?

Ao contrário do que muitos pensam, a ideia de reforço positivo e reforço negativo não está associada a algo “bom” e “ruim”, respectivamente. O primeiro refere-se a acrescentar algo (como petiscos) para enfatizar comportamentos corretos. Já o segundo consiste em não estimular o pet quando ele não se comporta como esperado. 

Sendo assim, os dois são ferramentas utilizadas por adestradores profissionais para ensinar o pet a se comportar — tanto dentro quanto fora de casa. Continue lendo e veja como você pode aplicar esses estímulos no dia a dia do seu pet.

O que é punição positiva e punição negativa?

Assim como o reforço, a punição pode ser positiva ou negativa, no sentido de acrescentar ou retirar um estímulo. Tratando-se do treinamento canino, a punição positiva nunca é recomendada, já a negativa pode ser útil em alguns casos.

Como exemplo de punição positiva, podemos pensar nas coleiras que dão choque no cachorro quando ele late. Nesse caso, o acréscimo de um estímulo aversivo — ou seja, o choque — visa inibir determinado comportamento canino. Isso também vale para outros tipos de agressão.

cachorro dando a patinha para pessoa.

Agora, digamos que, quando você leva seu amigo de quatro patas para passear, ele puxa muito a coleira. Para resolver o problema, alguns especialistas recomendam ficar parado até o cachorro se acalmar. 

Ao fazer isso, você retira momentaneamente um estímulo prazeroso para o pet: a caminhada. Logo, a tendência é que ele diminua a frequência de puxar a coleira.

Perceba que, no exemplo citado acima, a punição negativa não machuca e nem é prejudicial para o pet. Na verdade, ela é bem útil em situações muito comuns e diárias. Lembrando que você nunca deve privar o pet de necessidades básicas!

Como usar o reforço positivo no adestramento canino?

Usar o reforço positivo no dia a dia do cachorro é simples e serve para condicionar diversos comportamentos (desde fazer o xixi no lugar certo até realizar truques). Seja como for, é preciso dedicação e paciência para recompensar na hora certa, além de fazer repetições.

Esteja atento, portanto, aos momentos oportunos para aplicar lições. Um exemplo é quando o peludo precisa “se aliviar”. Em geral, ele vai ao banheiro após brincadeiras intensas, refeições ou ingestão de muita água. Ele também costuma ficar inquieto e a procurar locais para fazer xixi. 

Ao desconfiar que seu amigo está prestes a sujar o chão, leve-o imediatamente ao tapete higiênico. Uma vez que ele tiver feito xixi ali, recompense o bichinho com um petisco ou uma guloseima. 

Procure manter-se sempre em vigilância e repetindo esse “ritual” até que seu amigo comece a usar sozinho o tapete. Além de ter paciência, é fundamental ser ágil na recompensa. Isso porque, se você demorar para oferecer o petisco, o pet pode associá-lo a outro comportamento.

Reforço positivo e psicologia

O behaviorismo (teoria psicológica da qual se originou o reforço positivo) deixou inúmeras contribuições para o estudo do comportamento de seres humanos e outros animais. 

Ele tenta explicar porque agimos de determinado modo em certas situações. Além disso, pode ser a chave para entendermos a maneira como outras pessoas reagem a algumas atitudes, sendo muito aplicado na terapia cognitivo-comportamental.

Um exemplo clássico de aplicação do behaviorismo nos remete à infância. Se você já recebeu algum apelido maldoso na escola, é provável que seus pais tenham te recomendado não dar bola, já que, ao ignorar as provocações, elas cessariam com o tempo. Se você demonstrasse estar bravo ou chateado, o apelido seria usado com frequência.

Em outras palavras, o que seus pais estavam sugerindo é que ignorar o outro lado funcionaria como uma punição negativa. Enquanto isso, sua chateação seria um estímulo a mais para as provocações, ou seja, um reforço positivo. 

pessoa oferecendo petisco ao cachorro.

Viu só como aprender sobre os pets é sinônimo de conhecer mais sobre nós mesmos? Esperamos que você tenha entendido a importância do reforço positivo na vida do seu mascote. E, se precisar de auxílio profissional conte com a Cão Cidadão.

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