A lisencefalia, ou lissencefalia, é uma doença neurológica que pode afetar os cães e, mais raramente, os gatos. Como para qualquer tutor dedicado, a preocupação com a saúde e o bem-estar do amigo de quatro patas é natural.
Por isso, compreender os sintomas, as causas e as formas de tratamento dessa doença é imprescindível para garantir que o pet receba a melhor atenção possível, tanto por parte do tutor quanto do profissional que o acompanha. Vamos aprender?
O que é lisencefalia? Trata-se de uma anomalia que ocorre no cérebro dos animais, congênita e de causa presumivelmente genética. Acomete tanto os cães quanto os gatos, sendo mais comum na espécie canina.
A anatomia do cérebro é formada por áreas mais elevadas, chamadas de giros cerebrais, e áreas mais baixas, conhecidas como sulcos cerebrais. Na lisencefalia essas áreas estão alteradas, causando uma superfície cerebral lisa.
A lisencefalia em cães e gatos é causada pela deficiência da migração de neurônios para o sistema nervoso central, o que não permite seu completo amadurecimento. Além de cães e gatos, pode afetar muitos animais, sendo comum nos ovinos e ainda não foi relatada em coelhos, ratos e aves.
Os estudos sobre a doença são escassos, pois se trata de uma enfermidade rara. Algumas pesquisas mostram que a ausência dessa migração neuronal pode estar ligada a alguns genes, o que explicaria seu caráter genético.
A lisencefalia acomete com maior frequência os cães da raça lhasa apso, embora esteja associada com animais das raças setter irlandês, samoieda, beagle e fox terrier de pelo arame que apresentam hipoplasia cerebelar (cerebelo diminuído de tamanho).
Em relação aos gatos, só existe um relato de caso de um felino da raça korat que também possuía a hipoplasia do cerebelo. A doença inicia-se tão logo o sistema nervoso do animal começa a se desenvolver no útero da fêmea e não possui predileção pelo sexo do animal.
Essa enfermidade não é transmissível de outra forma que não a genética e, por isso, não afeta os seres que entram em contato com os animais acometidos. Assim, não é contagiosa nem para as pessoas e nem para outros animais.
Os animais lisencéfalos podem não apresentar os sintomas da doença nos primeiros meses de vida. A resposta para isso é que os cães e gatos dependem menos do córtex cerebral para desenvolver suas funções motoras e sensitivas que o ser humano.
Os sinais geralmente se iniciam de forma leve, com alterações no comportamento, como agressividade e confusão mental, passando despercebidos pelo tutor, que, muitas vezes, acaba os associando à puberdade.
Com o tempo, os sintomas se acentuam e podem evoluir para a lentidão na resposta a estímulos de ameaça, demência, piora da confusão mental, rosnados para coisas que não existem, hiperatividade, deficiência visual e/ou olfativa e movimentos de correção da postura lentos.
Nos casos mais graves, o animal pode ter convulsões e se automutilar. Os estudos mostraram que alguns cães acometidos pela lisencefalia não conseguiam aprender comandos básicos no adestramento.
O diagnóstico da lisencefalia é realizado através da associação dos sinais clínicos, do exame físico realizado pelo veterinário e é complementado com exames de imagem. Estes não são completamente conclusivos, somente sugerem a doença.
O diagnóstico conclusivo só pode ser realizado por meio de biópsia cerebral ou pela necropsia após o óbito do animal. No entanto, o ultrassom transcraniano, a eletroencefalografia e a ressonância magnética do cérebro são muito utilizadas para a análise da doença.
O diagnóstico diferencial da lisencefalia deve considerar outras condições e doenças que podem causar os mesmos sintomas e que, por isso, acabam se confundindo com ela. Veja as mais comuns:
A hidrocefalia é uma condição em que ocorre o acúmulo do líquido cerebroespinal no cérebro do animal, o que causa aumento da pressão dentro do cérebro e sintomas neurológicos como convulsões e perda da coordenação motora.
A microcefalia, como o próprio nome sugere, é o tamanho menor do cérebro quando comparado a animais de mesma idade, ocasionado pelo seu pequeno desenvolvimento. Os sintomas são convulsões, deficiência cognitiva e atraso no aprendizado.
A deficiência de tiamina em cães, por exemplo, leva ao surgimento de sintomas neurológicos e pode ser confundida com a lisencefalia. Doenças virais que causam inflamações no cérebro, como a cinomose, também possuem o mesmo efeito. Por isso, o diagnóstico diferencial é tão importante!
A lisencefalia tem cura? Por se tratar de uma má formação no cérebro, essa doença não tem cura. Desse modo, não existe uma terapia específica para tratar a lisencefalia.
A despeito de ocasionar baixa qualidade de vida, felizmente há muito que se fazer para proporcionar bem-estar ao peludo com lisencefalia. O tratamento é baseado nos sintomas, como o controle das convulsões com anticonvulsivantes.
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