Rivkah, a DJ mais jovem do Brasil, é defensora dos animais
Publicado em 07 de julho de 2020Tempo de leitura: 7min
Pianista, baixista, palestrante, defensora dos animais, DJ mais jovem do Brasil e produtora musical mais jovem do mundo, Rivkah está prestes a ser reconhecida pelo Guinness Book. Tudo isso aos 12 anos de idade.
Inacreditável? Pois Rebecca Rangel chegou para provar que, mais do que acreditável, é possível! Nascida na Noruega, onde viveu até os 6 anos, a garota declara que a música eletrônica sempre foi sua grande paixão, até que, aos 9 anos, já residindo em Brasília, começou a estudar produção musical e deu início à sua carreira como DJ.
“Rivkah” é muito mais do que um nome artístico, é o seu nome hebraico, escolhido por sua mãe, que vem de família judia. Valesca Rangel, a propósito, é a grande responsável pela formação dessa pequena grande notável.
Eleita uma das 30 crianças prodígio do mundo e considerada a mais jovem promessa da música eletrônica, Rivkah usa as redes sociais para divulgar seu trabalho como DJ e, ao mesmo tempo, ser uma voz ativa como defensora de animais.
Apaixonados por pets que somos, nos encantamos por essa história e conversamos com Rivkah com o auxílio de sua mãe, que assessora a carreira da DJ e acompanha todos os seus passos com olhar atento. Confira a entrevista abaixo.
PETZ – Sabemos da sua paixão pela música. E quanto à paixão pelos animais? Como ela começou?
Rivkah – A paixão pelos animais vem desde que eu nasci. Eu já nasci com cães resgatados entrando e saindo da minha casa na Noruega. Minha mãe sempre resgatou animais vítimas de maus-tratos, e resgata até hoje, então desde muito cedo eu já conheço o sofrimento desses inocentes.
Assim, desde pequena eu sou ativista e defensora dos bichos, e participo de manifestações pacíficas pelos direitos dos animais desde 2-3 anos de idade. Além disso, fomos, inclusive, para a Nova Zelândia, para participar de atos contra testes em animais e contra o desmatamento de florestas de Palma por causa dos gorilas.
PETZ – Você pode contar um pouco sobre sua primeira pet, a Roxy?
Rivkah – A Roxy foi a minha primeira cachorrinha no Brasil. Me mudei para cá com 6 anos, em 2013, e ela estava exposta em uma vitrine de loja de shopping. Compramos para tirá-la daquele sofrimento, pois não existia lei nem proibição para venda de animais em petshops.
Ela me ensinou que somos impotentes perante situações onde não existe lei, e que eu a comprei para protegê-la, mas ao mesmo tempo eu estava incentivando esse comércio absurdo. Você fica sem saber o que é certo ou errado.
Roxy morreu este ano, prematuramente, por um tumor, provavelmente fruto de cruzamento entre familiares, que acontece em alguns canis que são verdadeiras fábricas de filhotes.
PETZ – Como você atua nesse ativismo hoje em dia?
Rivkah – Hoje em dia resgato animais vítimas de maus-tratos, adultos e filhotes. Também interno, faço todos os exames, trato, recupero e procuro uma adoção responsável. Eu e minha mãe somos muito criteriosas na hora da adoção.
Às vezes não basta só um vídeo ou fotos do local. Por isso, minha mãe visita o pretendente sem o animal, para aprovar ou não. Nesse caso, também pedimos para assinar um termo de responsabilidade.
Até hoje todas as adoções foram muito bem-sucedidas, temos contato com todos os adotantes. Eu também procuro conscientizar as pessoas sobre maus-tratos, adoção e outros assuntos nas minhas redes sociais.
PETZ – Como você concilia escola, trabalho e ativismo no seu dia a dia?
Rivkah – Passo o dia na escola, minha mãe passa o dia trabalhando na minha carreira e na causa animal. Ela é uma defensora dos animais independente, então resolve bastante coisa com dois motoristas de aplicativos que fazem os resgates para ela.
Geralmente, quando ela me busca na escola, vamos direto para a clínica que nos atende aqui em Brasília para visitar algum animal internado ou para eu conhecer algum novo resgate.
Como a grande maioria é vítima de maus-tratos, eu não vou nos resgates. Mas fico responsável por receber as denúncias no meu Instagram, pedir vídeos e endereços e passar para minha mãe.
Muita gente me pede ajuda nas redes sociais. Minha mãe entra em contato com uma advogada da causa animal ou com um deputado-protetor que sempre nos ajuda, solicitando que a polícia verifique a denúncia.
Já escola e profissão, concilio bem porque trabalho nos finais de semana. As palestras geralmente agendo para as duas semanas que tenho de férias na escola, a cada três meses.
Nesse período de duas semanas faço palestras por todo o Brasil. Tenho duas palestras, uma que fala sobre a minha carreira, a quebra de paradigmas em um mercado dominado por homens, criatividade e perseverança; e outra sobre o direito do animal e meio ambiente.
PETZ – Você tem planos para projetos futuros, tanto na música quanto no ativismo pelo direito animal?
Rivkah – Na música tenho muitos projetos pós-quarentena. Tenho músicas para serem lançadas, estou escrevendo um livro, comecei a gravar vídeos sobre o meio ambiente para as minhas redes sociais e tenho feito lives de música ou bate-papos no geral.
Com os animais, temos um sonho que é um projeto grande de castração por setores habitacionais/bairros, pois a população de animais cresce assustadoramente e o trabalho do protetor é “enxugar gelo” enquanto esse problema não for amenizado.
PETZ – Quantos pets você tem atualmente?
Rivkah – Atualmente tenho 14, tinha 16 até pouco tempo. A Athena foi adotada por uma amiga da minha mãe. Ela foi jogada em um buraco de 6 metros de altura e ficou paralisada do pescoço para baixo.
Achamos que Athena não voltaria mais a andar, mas graças ao trabalho da clínica de fisioterapia que nos atende, a pet voltou a andar e foi adotada. Também tinha a Filipa, uma filhotinha linda que foi jogada de um carro. Hoje se chama Tapioca.
PETZ – Deixe um recado para os apaixonados por pets de todo o Brasil!
Rivkah – Meu recado é não compre, adote. Não incentive o comércio de animais, ajude a diminuir a população de pets de rua. Vocês não imaginam como um animalzinho resgatado é grato e cheio de amor.
São muitos bichinhos nas ruas passando fome e frio, além dos animais de raças que são usados como matrizes em canis, privados de receber amor, tendo crias e, em alguns casos, também sofrendo maus-tratos.
Aliás, outro recado importante é: denuncie maus-tratos. Tenha fotos e vídeos ou até mesmo gravações de áudio. Tente obter provas e procure uma autoridade. Não se omita, por favor.
Cães presos em correntes, cães magros sem alimento ou sem água também caracterizam maus-tratos. Se vir alguém abandonar um animal, filme, fotografe ou anote a placa, e se não tiver quem atenda a sua denúncia, mande para mim via redes sociais.
Trabalho pela mudança da lei de maus-tratos aos animais
Valesca Rangel conta que sua principal luta com Rivkah frente ao ativismo como defensoras dos animais é pelo Projeto de Lei 1095/19. Atualmente, ao ser flagrado praticando maus-tratos, inclusive em caso de óbito do pet, o infrator é liberado. O PL, a ser votado pelo Senado, propõe regime de reclusão.
Valesca esclarece que muitas pessoas deixam de denunciar maus-tratos por temerem a impunidade. E a ideia é parar isso, oferecendo punições mais contundentes.
A mãe de Rivkah é defensora dos animais também desde muito pequena, trabalhando ininterruptamente no resgate e reabilitação de animais vítimas de maus-tratos. Atualmente age em Brasília, em parceria com deputados, advogados, polícia e profissionais de saúde animal.
Valesca conta que incentivou a filha desde pequena e que acabou se tornando natural para Rivkah proteger os bichos. “É importante que a gente passe para geração que está por vir esse respeito pelos animais, essa importância; de que bicho não é coisa, bicho tem sentimento, bicho sofre”, finaliza a mãe.
Muito amor por essas apaixonadas por pets, não é?! Depois de conferir a entrevista com a DJ, produtora e defensora dos animais Rivkah, acesse o blog da Petz e tenha diversos conteúdos sobre bem-estar animal.
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