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Mitos e verdades sobre toxoplasmose, a doença do gato

Publicado em 27 de agosto de 2024

Tempo de leitura: 5min

A toxoplasmose é um problema de saúde que gera grande preocupação, principalmente entre as pessoas que podem desenvolver quadros mais graves da doença. Grávidas, idosos ou indivíduos com baixa imunidade correm mais riscos com a enfermidade.

Imagem de gato na janela

Essa doença é infecciosa causada por um protozoário encontrado nas fezes dos gatos. Por isso, ela está muito associada ao bichano — muitas pessoas acham que ele é o principal responsável pela transmissão, mas isso não é verdade. A seguir, confirme o que é verdade ou não a respeito da enfermidade.

O que é a toxoplasmose?

Também conhecida como doença do gato, essa enfermidade é causada pelo agente Toxoplasma gondii. O parasita precisa passar pelo trato intestinal dos felinos para multiplicar-se. Por isso, eles são considerados hospedeiros definitivos desse microrganismo, embora normalmente não apresentem sintomas.

É muito importante ressaltar que mesmo que o bigodudo seja considerado por muita gente o principal transmissor dessa doença aos seres humanos, é raro contrair toxoplasmose diretamente do bichano.

O gato não é o vilão!

Agora que você já sabe o que é toxoplasmose, veja como ocorre a transmissão aos seres humanos. É preciso conhecer o ciclo biológico do parasita e o papel que os animais têm na propagação e na perpetuação da doença.

Quando o gato caça uma presa contaminada, o parasita chega ao seu intestino e reproduz-se ali. Então, o bichano começa a eliminar oocistos em suas fezes. Caso seres humanos ou outros animais tenham contato com os dejetos contaminados, podem ficar infectados, configurando-se como hospedeiros intermediários.

Para uma pessoa adquirir a doença diretamente do gato, os excrementos precisam ficar expostos no ambiente entre 24 a 36 horas para que o oocisto ganhe a forma infectante. Além disso, vale lembrar que o bichano elimina o oocisto nas fezes uma única vez na vida!

Caso a pessoa entre em contato com as fezes nesse período exato e não se higienize em seguida, pode pegar toxoplasmose ao levar as mãos à boca. Se o indivíduo adquirir a doença diretamente do gato, a falta de higiene pessoal pode ser determinante. Por isso, a transmissão direta gato-humano é considerada rara.

Muitos gatos têm toxoplasmose?

Somente entre 10 e 15% da população de gatos têm o parasita no trato intestinal, sendo que a prevalência ainda é sobre os animais com acesso à rua. Pets que ficam sempre em casa e comem apenas ração ou alimentos caseiros de boa procedência dificilmente irão contrair a doença.

Então, como os seres humanos podem contrair a toxoplasmose?

Ainda que o ciclo de vida do toxoplasma dependa dos gatos, os felinos não são os principais transmissores da doença. O que causa a toxoplasmose nas pessoas é principalmente tomar água contaminada, lavar vegetais com ela ou ingerir carne contaminada.

Geralmente os suínos ou bovinos são os hospedeiros intermediários e carregam cistos do parasita na musculatura. Quando os seres humanos comem a carne crua ou mal passada desses animais infectados, podem contrair a doença.

Gato com pelos claros deitado no chão de madeira.

Além disso, mesmo após seis meses em meio aquoso com temperatura ambiente, o cisto do toxoplasma ainda pode estar viável. Ele pode contaminar verduras, legumes e frutas lavados com essa água.

Outra importante via de transmissão é a placenta. Isso ocorre quando a mulher grávida tem a doença (muitas vezes assintomática) e passa para o feto. O bebê pode ter problemas de saúde muito graves, como hidrocefalia, alterações oculares, entre outras.

Como saber se o gato tem toxoplasmose?

Os sintomas de toxoplasmose em um animal jovem e sadio costumam passar despercebidos pelo tutor. O bichano contrai e elimina os oocistos, sendo praticamente impossível notar alguma alteração, exceto em filhotes, idosos ou imunocomprometidos.

Isso não ocorre só com os gatos! Os seres humanos, quando infectados, podem apresentar sintomas de um simples resfriado ou outro tipo de virose. As alterações mais severas realmente ocorrem em mulheres grávidas, pessoas com doenças concomitantes ou que apresentem imunidade ineficiente.

Sendo assim, a única maneira de concluir que o gato entrou em contato com o parasita da toxoplasmose é por meio do exame de sangue, com o intuito de detectar se o bichano desenvolveu anticorpos. No entanto, o teste não indica se o pet está ou não eliminando oocisto em suas fezes.

Diagnosticado o problema, o médico-veterinário poderá recomendar o tratamento da toxoplasmose com antibióticos, vermífugos ou outros medicamentos que julgar necessário.

Como evitar a toxoplasmose?

Medidas simples de higiene pessoal, limpeza dos alimentos e da água e cuidados ao comer carne crua ou mal passada, principalmente de procedência desconhecida, contribuem para a prevenção da doença. Além disso, também é importante:

  • limitar o acesso do gato à rua, onde ele pode caçar animais contaminados;
  • limpar a caixa de areia diariamente;
  • utilizar luvas de borracha para higienizar a caixa de areia, especialmente grávidas;
  • realizar o pré-natal (no caso de gravidez);
  • fazer consultas regulares com o médico-veterinário;
  • higienizar as mãos após frequentar locais com areia, onde pode haver fezes de gato.

Gato com pelos rajados e cima de um sofá.

A toxoplasmose é uma doença importante quando se trata de saúde pública. É preciso ter clareza sobre a questão para evitar o abandono de gatos, que não são culpados pela transmissão aos seres humanos. Agende uma consulta no centro veterinário Seres e tenha apoio veterinário!

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