Muitas infecções urinárias podem causar a obstrução da uretra dos gatos, principalmente dos machos. O tutor pode ficar preocupado: como saber se a bexiga do gato está cheia? Esse é nosso tema de hoje!
Esclarecer dúvidas sobre como identificar se o bichano está com dor para urinar ou como saber se a bexiga do gato está cheia pode ajudar o tutor a ficar atento aos sintomas de uma grave alteração urinária: a obstrução uretral.
Onde fica a bexiga do gato? Esse órgão do sistema urinário armazena a urina que será eliminada do corpo para o meio ambiente. Ele fica bem próximo da saída para o meio externo, mas ainda dentro do abdômen, e é protegido pelas coxas e pela pelve do animal.
A bexiga do gato é bastante musculosa. Pode expandir o volume e quase triplicar de tamanho conforme a quantidade de urina que armazena. Ela é igualzinha ao órgão humano: quando está cheia, dá vontade de urinar.
Então, tem como saber se a bexiga do gato está cheia: apalpe a barriga do bichano, bem entre coxas. Se você sentir um caroço do tamanho de uma bola de golfe ou um pouco maior que isso, é porque ela está “carregada”. Quando ela está vazia, quase não é sentida.
Os veterinários dividem o sistema urinário do gato em dois: o superior e o inferior. No primeiro, estão os rins, que são os produtores da urina, e os ureteres: pequenos canos que conectam o rim e a uretra e transportam o xixi de um órgão a outro.
No segundo, estão a bexiga, a uretra (um cano que transporta a urina da bexiga até o meio externo) e a genitália do animal: a vagina, nas fêmeas, e o pênis, nos machos. Agora, você conhece o sistema urinário felino e aprendeu que tem como saber se a bexiga do gato está cheia.
Qualquer enfermidade que acomete o sistema urinário dos felinos prejudica a formação da urina, o armazenamento ou ambos. Como todo tutor sabe, esses órgãos são bastante suscetíveis a doenças na espécie. Se você percebeu seu gato com bexiga cheia, sem urinar, ele pode estar obstruído.
Por causa das características fisiológicas do gato, o sistema urinário felino é muito sensível e, por isso, é mais predisposto a desenvolver enfermidades. Apesar de os problemas acometerem mais os idosos, gatinhos de todas as idades podem sofrer com essas doenças.
Os sintomas de um gato sem conseguir fazer xixi são bem fáceis de identificar: ele vai até a caixa de areia, vocaliza, fica bastante tempo lá e, quando sai, quase não há urina na areia.
A presença de pouca (ou ausência total) de urina ou de pontos de sangue na areia é bastante preocupante. Isso indica que o bichano possivelmente está com obstrução parcial ou total da uretra ou dos ureteres, ou com uma infecção urinária grave.
Além disso, o gato pode urinar em locais inapropriados (fora da caixa de areia), ter necessidade frequente de usar a liteira, apresentar lambedura excessiva da genitália e ter mudanças comportamentais, como agressividade e depressão.
A cistite é a inflamação da bexiga. Ela pode ser causada por microrganismos, principalmente bactérias, mas, no gato, está intimamente relacionada ao estresse. Isso recebe até um nome especial: Síndrome de Pandora.
Nessa síndrome, a bexiga do gato encontra-se muito inflamada, mas não há presença de um agente microbiológico. Isso significa que não adianta dar antibiótico para um bichano com essa enfermidade! Por isso, não medique o peludo sem a prescrição do veterinário!
Por ser causada por estresse, esse tipo de cistite é recorrente, e o tratamento envolve tanto medicações para a inflamação quanto a mudança radical do ambiente em que o bichano vive. Isso serve para diminuir os fatores estressantes e para que a doença não volte a afetar o animal.
Agravada, essa inflamação pode evoluir a ponto de deixar o gato sem fazer xixi. Essa é uma situação emergencial, pois pode ocorrer refluxo de urina para os rins. Isso compromete o funcionamento desses órgãos e pode levar o peludo ao óbito.
A Síndrome de Pandora tem como causa principal o estresse, mas também está mais associada a animais obesos, sedentários, que só ficam dentro de casa, sem estímulos, que se alimentam somente de ração seca e, principalmente, que dividem o território com outros gatos.
Essa síndrome envolve muitos fatores. Então, reduzir o peso do bichano, proporcionar um ambiente rico em estímulos que desenvolvam os instintos de caça e exploração e oferecer lugares para ele se esconder e ficar seguro são ações de prevenção altamente recomendadas.
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