Ao longo de toda a vida dos nossos filhos de quatro patas, cuidar é sinônimo de fazer o possível para garantir a eles qualidade de vida e longevidade. Por isso mesmo, quando o veterinário sugere a eutanásia em cães como a melhor saída, é muito difícil encarar esta opção como mais um gesto de cuidado e de amor.
Como quem já perdeu alguém querido sabe, o pensamento mágico muitas vezes nos ajuda a atravessar o doloroso processo de luto que, em geral, inicia-se antes mesmo da conclusão da eutanásia.
Mas é somente com informações claras e de confiança que conseguimos ter forças para tomar uma decisão tão difícil quanto essa. Pensando nisso, contamos com a ajuda do Dr. Rafael Fonseca, médico-veterinário da Petz Piracicaba, para montar um guia com respostas para algumas das principais dúvidas sobre esse assunto doloroso e delicado.
No Brasil, o órgão responsável pela regulamentação da eutanásia de cachorro e outros animais é o Conselho Federal de Medicina Veterinária. De acordo com o Guia de Boas Práticas do CFMV, a eutanásia em animais é indicada em casos de pets com doenças incuráveis e que estejam em grande sofrimento.
O procedimento também é indicado — na verdade, obrigatório — quando o pet representa um risco à saúde pública, como no caso de indivíduos afetados pela raiva canina.
Em conformidade com as orientações do CFMV, a recomendação costuma ser feita apenas em casos extremos, quando o cãozinho está sofrendo muito e sem possibilidade de melhora, como pode ser o caso de eutanásia em cães com câncer.
“A decisão deve ser sempre baseada no bem-estar do pet, quando sabemos que, caso não ocorra o procedimento, o cachorro não terá qualidade de vida e que não há perspectiva de cura”, diz o médico-veterinário.
Conforme explica Rafael, a indicação da eutanásia animal como é feita atualmente pode ser indicada somente por um médico-veterinário após avaliação criteriosa. No entanto, cabe ao tutor tomar a decisão de recorrer ou não ao procedimento.
Daí a importância de um atendimento acolhedor e humanizado, capaz de esclarecer com muito carinho que a eutanásia é a única maneira de aliviar o sofrimento do filho de quatro patas.
Lembrando que isso é válido apenas nos casos em que o pet não representa ameaça à saúde pública. Nestes casos, a eutanásia compulsória acontece de acordo com as regras das autoridades sanitárias.
Ainda que não se compare com a dor sentida pelos familiares ao saber que vão perder um amigo, a situação também é muito difícil para os veterinários. Até porque é comum que a notícia seja dada por um profissional que já acompanha o cachorro há bastante tempo e conhece os tutores.
Nesse sentido, o que ajuda a minimizar a dor é a confiança de que o procedimento é de fato um gesto de amor, a fim de acabar com o sofrimento do cãozinho.
“Geralmente, a eutanásia surge como alternativa depois que os tutores já acompanharam todo o caso, cientes de que a medida está sendo tomada por não haver outra possibilidade. Então, acabam compreendendo”, diz Rafael. “Mesmo assim, o luto é inevitável”.
É por isso que o Guia de Boas Práticas para Eutanásia estabelece que a pessoa ou equipe executora do procedimento receba treinamentos continuados, além de apoio psicológico de tempos em tempos.
Para a família, já existem psicólogos especializados no luto pela perda de animais domésticos, o que é muito positivo, já que a ausência de reconhecimento por parte de outras pessoas contribui para piorar o quadro.
A eutanásia em animais deve ser feita obrigatoriamente em local tranquilo, visando diminuir o estresse, o medo e a ansiedade do pet. Quanto ao método, o CFMV estabelece que a eutanásia pode ser feita com o uso de anestésicos injetáveis ou inalatórios, seguidos de procedimento para assegurar o óbito, geralmente com o uso de agentes químicos.
“A eutanásia deve ser feita sem que o pet sinta dor ou sofrimento e deve produzir perda imediata de consciência”, diz Rafael. Após a administração dos medicamentos para eutanásia em cães, é imprescindível que o médico-veterinário faça a checagem dos sinais vitais, a fim de confirmar a morte.
Sim, de acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária é permitido aos tutores assistir ao procedimento, caso seja essa sua vontade e desde que não haja riscos inerentes. Na verdade, a presença do tutor pode contribuir para fazer com que o pet se sinta mais seguro, acolhido e livre de estresse.
Lembre-se de que sentimentos negativos, como medo, estresse e ansiedade, provocam alterações fisiológicas, capazes até mesmo de aumentar a dor. Porém, não se sinta culpado caso você ou alguém da sua família não se sinta confortável em acompanhar a eutanásia.
A fim de dar força para seu amigo, é importante que os presentes estejam bem, na medida do possível. E para saber mais sobre assuntos relacionados à saúde e cuidados com bichinhos de estimação, continue acompanhando o blog da Petz.
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