Por Alexandre Rossi – Dr Pet
Quando o portão de casa se abre, um novo universo parece ganhar forma para o cão, seja para explorar sons e cheiros, seja para interagir com pessoas e outros animais. Mas, tamanha ansiedade pode fazer com que ele perca o caminho de volta, arranje uma briga ou termine em atropelamento. Por isso, oferecer tudo o que o peludo precisa mostrará a ele que não há motivos para fugir.
A casa tem de ser o melhor lugar do mundo. Cães gostam de companhia, são animais de matilha e, quando ficam isolados, sem que nem mesmo seu tutor lhes dê atenção, podem, sim, se tornar fugitivos. É preciso que o animal tenha todas as suas necessidades básicas supridas para que ele possa ser feliz e saudável do lado de dentro também.
AS MOTIVAÇÕES
Os principais motivos que podem ocasionar uma fuga costumam ser o tédio e a falta de uma rotina satisfatória de exercícios físicos e mentais para o animal. Há ainda casos mais graves, em que a razão da fuga é o medo, por exemplo, de fogos ou outros sons, ou por causa de agressões ou punições intensas (o que não deveria acontecer!).
O instinto de caça é também um ativador dessa vontade no pet. Tudo o que passa em frente à casa pode chamar a atenção dos cães, como crianças andando ou correndo, o carteiro, o caminhão do lixo, outros animais, uma bola, uma bicicleta…
Além disso, o trabalho de socialização é muito importante para que, desde filhote, o pet esteja familiarizado com pessoas, objetos e outros animais, e não tenha o ímpeto de proteger a casa.
ATENÇÃO AOS ERROS
Muitos tutores cometem falhas por falta de conhecimento e, assim, acabam por ter atitudes que podem motivar uma fuga do pet. Por morarem em uma casa com pátio ou em um apartamento grande, há tutores que acreditam que seus cães não precisam passear, nem ter tantos brinquedos. É aí que ocorrem os problemas.
Uma rotina de passeios e brincadeiras é uma necessidade básica deles, independentemente do ambiente onde vivem. Outro ponto muito importante que deve ser evitado é a punição severa após uma fuga, algo corriqueiro depois do susto. Se ele fugiu, não fez por querer, motivado por vingança, por exemplo. Ele o fez porque não está recebendo o estímulo que deveria ou porque algo estava o incomodando.
SEM FUGAS!
Um ambiente enriquecido e uma rotina diária de exercícios, não somente para gastar energia, mas que também aproxime o tutor do pet, são imprescindíveis para a prevenção. O próprio passeio também já é um treinamento importante, pois cães que passeiam com frequência aprendem o caminho de casa.
Já para quem vai viajar e pretende deixar o pet na casa de um amigo, é preciso estar alerta. É importante que o cão conheça as pessoas da casa, caso contrário, pode se assustar – e qualquer brecha pode ser um convite para a rua. Como forma de amenizar esse estresse, devemos oferecer atividades, passeios e também brinquedos com petiscos para que o cão não fique entediado.
ADAPTE SUA CASA
A chegada de um animal exige transformações específicas em casa. Muitas vezes a família adquire um cachorro por “pressão” de um dos membros e quer que ele prontamente se adapte à rotina, principalmente sem precisar fazer nenhuma mudança na residência.
É importante que a casa tenha muros altos. Cuidado também com as frestas no portão. Se ele for de barra, verifique a largura dos espaços e deixe os trincos sempre bem fechados. Caso o portão tenha espaço para a fuga, recomenda-se revesti-lo com uma rede protetora. Não esqueça também de colocar uma plaquinha de identificação na coleira. A medalha não vai evitar que ele saia para dar uma voltinha, mas ajudará que seja encontrado.
Tome ainda cuidado com portões elétricos, pois podem abrir sozinhos em dias de chuva. Um modo simples de evitar problemas é colocando um cadeado. E tire escadas, cadeiras e mesas que possam facilitar a saída.
TREINO SEGURO
Para ensinar o cão a respeitar os limites da casa e evitar fugas, é importante seguir um treino gradual e contínuo. No início, utilize uma guia para impedir que ele tente escapar. Na área próxima ao portão fechado, ensine comandos de autocontrole, como “senta” e “fica”, repetindo-os com frequência para que o cão aprenda a esperar.
Depois de praticar com o portão fechado, comece a abrir o portão levemente, mantendo o cão preso à guia e interagindo positivamente. Caso ele tente sair, diga “NÃO!” e feche o portão. Repita esse processo até que ele pare de tentar fugir; quando desistir, elogie e ofereça um petisco como recompensa. Aos poucos, vá aumentando a abertura do portão, sempre recompensando o comportamento adequado com carinho e petiscos. Isso o ajudará a associar o comportamento de permanecer com segurança à recompensa.
Prenda a guia em um ponto fixo próximo ao portão e pratique o comando “fica” com o portão aberto, afastando-se e voltando em seguida. Dê um passo para trás, retorne e agradeça o cão com petiscos e elogios. Por fim, quando ele já estiver habituado a esses comandos, repita o exercício em situações mais desafiadoras, como com outros cães e pessoas passando em frente ao portão, mas nunca o deixe sem supervisão.
E SE O PET FUGIR?
______
Alexandre Rossi, conhecido como Dr Pet, é especialista em comportamento animal, zootecnista e médico-veterinário. Junto de seus pets, Estopinha (in memoriam), Barthô e a gatinha Miah, ele é a maior referência no assunto do Brasil, divulgando seu conhecimento em estudos científicos, cursos on-line, programas de TV e redes sociais.
Essa planta veio lá do deserto da África para habitar os lares e o coração…
Por Alexandre Rossi - Dr Pet Embora os gatos convivam com os humanos há milênios,…
Os hamsters são pequenos em tamanho, mas precisam de grandes cuidados para a manutenção de…
Quem é apaixonado pela vida marinha e por todo o ecossistema envolvido nos fundos dos…
Existem plantas que podem ser usadas não apenas para decoração, mas também na culinária, no…
Muitas plantas podem fazer mal aos animais de estimação. Então, se você os ama assim…