Por Alexandre Rossi – Dr Pet
Apesar de carnívoros, o interesse dos felinos por plantas é instintivo e comum na vida selvagem, especialmente para aliviar sintomas estomacais. Quando a planta é adequada, como a gramínea comum e o gergelim, auxilia na digestibilidade e na eliminação das bolas de pelos.
Além disso, deixar o ambiente de casa mais verde, interativo e saudável, principalmente para aqueles animais que têm pouco ou nenhum acesso ao exterior (precaução mais do que recomendada!), é uma forma de aproximá-los da natureza, incluindo na rotina atividades que fazem parte de sua origem. Assim que o gato já estiver comendo ração seca, as plantas podem começar a ser disponibilizadas, mas é importante destacar que elas podem não durar muito tempo e, por isso, o tutor não deve levar em conta o aspecto decorativo.
MAIS BEM-ESTAR PARA O SEU GATINHO
Não há uma frequência fixa para a oferta de plantas. Porém, para gatos com pelos mais longos, em que as bolas de pelo costumam ter um acúmulo maior, o recomendado é que haja mais contato com as plantas. Você pode deixar um vasinho disponível sempre – ele não vai comer tudo. Se for uma plantinha sem contraindicação, como a aveia ou a grama do gato, não tem problema. É saudável e não vai causar mal algum para o pet.
A preferência deles recai sobre aquelas que têm folhas mais estreitas. O gato é seletivo. Se você tem um jardim, pode perceber que não é qualquer planta que ele vai comer. Quando a folha tem mais água, como a babosa, eles não costumam gostar.
ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA
A oferta pode ser variada, mas é preciso ter atenção com a vegetação já existente em casa. Muitas pessoas não sabem, mas estima-se que cerca de 90% das plantas que estão no jardim são tóxicas para eles. Na lista de proibidas estão nomes populares como:
Os tutores de gatos costumam ser mais cautelosos que os de cães, mas por outro lado, os gatos atingem locais mais altos e em geral são mais atraídos por folhagens, então, todo cuidado é pouco.
Para evitar possíveis ingestões acidentais, sugiro que as plantas impróprias para os peludos já existentes na residência sejam retiradas, mesmo se seu gatinho nunca tenha tentado interagir. Se você perceber que tem alguma das plantas tóxicas, faça uma doação a quem não tem gatos e inclua outras no ambiente que possam somar à vida do seu pet.
AS PERMITIDAS
A lista de plantas benéficas ou não tóxicas aos gatos é, por sorte, também bem extensa. Com conhecimento e dedicação, é possível trazer o verde e a harmonia natural para dentro de casa com opções importantes e bacanas até mesmo para os humanos. Alface, hortelã, salsa, camomila e erva-doce são algumas que não causam danos à saúde do seu peludo. Além disso, o jardim pode ter aveia, alpiste, centeio, trigo, tomilho, capim-santo e grama do gato.
Uma dica simples e divertida é plantar aquele milho usado para fazer pipoca. Em poucos dias, a planta fica enorme e os gatos também amam. No caso do catnip, conhecido como a “erva do gato”, apesar de sua versão em vaso ou semente não ser tão popular como a seca, é algo a se considerar em sua empreitada se quiser agradar ao felino e ainda deixar a casa bonita. A planta é bem florida, com tons de azul ou lilás.
Se você já tem uma horta, a dica é criar uma versão menor para o proveito pleno do peludo. Quem mora em apartamento pode colocar a hortinha em um espaço de fácil acesso ao gato. O que você for consumir, posicione em áreas mais altas, a que ele não tenha acesso. Mas preste atenção. Alguns gatos costumam saltar e esses vasos que ficam no alto devem estar bem presos para que eles não os derrubem e nem se machuquem. Ao optar por aveia, alpiste, centeio e trigo, é bacana colocar em potes separados para que não sufoquem umas às outras e possam crescer em abundância.
O CANTINHO IDEAL
Escolher o local correto é importante. Você pode colocá-las em vários lugares, mas sempre longe da caixa de areia. Evite deixá-las em pontos altos em que o gato possa pular e se machucar. Esteja atento também às orientações do fornecedor, seja das sementes ou da muda, para a luz e água necessárias. Uma boa opção é ter diversos vasos com a favorita do bichano. Em vez de esperar o vaso acabar, você pode oferecer um novo. Deixe, por exemplo, dois à disposição do seu gato. Quando ele comer um pouco, você tira aqueles e coloca outros no lugar. Assim, não sobram só os caules.
A preocupação com a eliminação de pragas das plantas do gato deve ser a mesma que temos com as de consumo humano. Isso porque os químicos usados na vegetação para o controle de pestes têm um prazo para sua total eliminação.
As plantas que você compra em grandes lojas são controladas por um engenheiro agrônomo ou biólogo. As aplicações de pesticida obedecem a um período de carência, assim como no caso das verduras que a gente come. O importante é respeitar o período. Por exemplo, se você estiver com uma lagarta nas folhas das gramíneas e aplicar o produto hoje, só poderá oferecer para o pet daqui a alguns dias. Obedeça ao período de carência, que consta no rótulo, e depois ofereça normalmente. Me conte depois se seu gatinho gostou!
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Alexandre Rossi, conhecido como Dr Pet, é especialista em comportamento animal, zootecnista e médico-veterinário. Junto de seus pets, Estopinha (in memoriam), Barthô e a gatinha Miah, ele é a maior referência no assunto do Brasil, divulgando seu conhecimento em estudos científicos, cursos on-line, programas de TV e redes sociais.
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