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Precisa ignorar o pet quando a gente chega em casa? Vem saber mais sobre isso!

Ignore o pet quando chegar em casa para que ele sofra menos quando você sair. 

Aposto que você já ouviu falar sobre isso, certo?! Eu mesmo já recomendei isso para vários tutores, porque era o que se acreditava que deveria ser feito para não potencializar a ansiedade de separação dos cães, ou seja, o sofrimento deles ao ficarem sozinhos.

Mas, hoje, já sabemos que não é realmente necessário ignorar o pet quando a gente chega em casa, embora também não seja recomendado fazer a maior festa para ele. Vou explicar melhor, confira abaixo!

Por que se recomenda ignorar o pet

Primeiramente, é importante entender por que os especialistas recomendavam ignorar o pet. Afinal, estamos falando de uma técnica referenciada, baseada em estudos científicos e com várias comprovações de sucesso entre os profissionais de comportamento animal. Ou seja, não é porque essa estratégia não é a mais indicada atualmente, que não tem o seu valor.

A ideia era mostrar para o cão que a nossa chegada não era necessariamente a coisa mais legal da vida dele, reforçando assim todos os treinos – que deveriam ser feitos em paralelo – para ensiná-lo a ficar mais tranquilo quando está sozinho, como o uso de brinquedos que soltam comida e treino de comandos de autocontrole como fica e não.

E, de fato, é essencial que o pet consiga aproveitar o ambiente mesmo quando o tutor não estiver em casa e até mesmo fique animado quando percebe que a família humana está saindo porque entendeu que sempre ganha algo gostoso nesses momentos.

Aqui em casa, por exemplo, quando o Barthô e a Estopinha percebem que eu vou sair, eles já ficam a postos para procurar ração pela casa, pois é um ritual que faço para que fiquem tranquilos.

O que dizem as novas evidências

A ciência do comportamento animal evolui a cada dia, e novas evidências vieram para fazer a gente repensar um pouco sobre tudo isso e seguir dando uma vida que realmente valha a pena ser vivida pelos nossos pets.

Nos últimos anos, muitos cientistas passaram a estudar sobre o tipo de apego que os pets tinham com seus tutores e como isso influencia em seu comportamento, incluindo na ansiedade de separação.

Recentemente, publiquei um estudo científico que mostra que cães que dormiam dentro de casa mostravam menos sinais de ansiedade de separação e agressividade de acordo com seus tutores.

Foi uma surpresa quando nos deparamos com esse resultado, porque o fato dos tutores permitirem que seus pets ficassem mais “grudados” a eles sempre foi relacionado como uma das causas da ansiedade de separação e mal comportamento.

Porém, esse resultado condiz com as conclusões de várias pesquisas atuais sobre o tema! Pesquisas que indicam que, cães com mais acesso aos seus tutores e que têm uma relação equilibrada com eles, se sentem mais seguros.

E isso se reflete também no nosso tema: a chegada do tutor na casa. Para um pet que já é ansioso, ignorá-lo totalmente pode deixá-lo ainda mais inseguro, aumentando a ansiedade e agitação.

Já um animal com todas as suas necessidades supridas (incluindo a de conviver de perto e ter acesso aos tutores) certamente vai se mostrar muito mais confiante no dia a dia.

A ideia é que um cão que tem acesso à família com frequência e que recebe a atenção e carinho necessários, se sente muito melhor mesmo quando fica sozinho, porque sabe pelo histórico que seus tutores garantem a sua segurança.

O que fazer então?

“Mas, Dr Pet, o que tudo isso quer dizer na vida real e o que eu faço então?”

Simples! Você pode chegar em casa, falar com seu pet, dar um beijo e até mesmo dar um carinho.

Muitas pessoas ficavam extremamente chateadas com a recomendação de ignorar o pet, achavam que era “maldade” com o animal. Então, agora, não precisam mais sofrer!

Mas, atenção! Isso não significa que está liberado fazer a maior festa, falar com “voz de bebê”, agarrar e se jogar no chão com eles. Da mesma forma que ignorar deixa os cães mais ansiosos, esse tipo de atitude também contribui para aumentar a agitação e afetar o emocional deles.

Ou seja, a palavra-chave é equilíbrio! Aceite e retribua o “oi” do seu pet de forma calma, falando tranquilamente e o acariciando com delicadeza.

Depois que ele se acalmar, aí sim você pode iniciar uma brincadeira, por exemplo. Para ajudar, uma dica é cumprimentar o seu cachorro como ensinei, ir se trocar e só na volta engajar em uma interação mais intensa.

E não se esqueça de deixar o ambiente do seu peludo muito divertido para ele se distrair enquanto você estiver fora.

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Alexandre Rossi, conhecido como Dr Pet, é especialista em comportamento animal, zootecnista e médico-veterinário. Junto de seus pets, Estopinha, Barthô e a gatinha Miah, ele é a maior referência no assunto do Brasil, divulgando seu conhecimento em estudos científicos, cursos on-line, programas de TV e redes sociais.

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