Por Alexandre Rossi – Dr Pet
Independentemente da espécie, introduzir um novo animal na casa nem sempre é uma tarefa simples. Quem está pensando em aumentar a família peluda precisa levar em conta alguns fatores, começando pelo humor e personalidade de cada animal.
O temperamento é fundamental para um bom relacionamento entre os bichos. Por exemplo: um cão muito novo e brincalhão dificilmente irá brincar com um gato idoso. O mesmo vale para um gato ativo e um cachorro mais velho e calmo, que pode se estressar com as investidas do felino.
A opinião do pet conta!
Outro aspecto a ser considerado é como o seu animal se comporta com outros bichos. Se o seu pet teve uma boa socialização, provavelmente não será um grande problema acostumá-lo a dividir a casa. Caso contrário, é recomendado fazer uma adaptação primeiro.
Muitas vezes as pessoas adotam outro animal achando que o pet precisa ou quer companhia, mas nem sempre é assim. O ideal é tentar socializá-lo com outros pets antes de aumentar a família para ver a sua reação.
Para isso, você pode levá-lo para passear em locais comunitários com outros animais, como praças, ou convidar amigos e parentes para uma visita com seus animais.
O cão precisa ser treinado!
Para garantir uma convivência harmoniosa entre os animais, é essencial que o cachorro seja treinado para obedecer comandos básicos. Ensine comandos essenciais como “senta”, “fica”, “vem”, “não” e “deita” utilizando reforço positivo, como petiscos e elogios, para recompensar o bom comportamento.
Além disso, leve o cão para passeios e encontros com outros animais de forma controlada e supervisionada. Isso ajuda o cão a se acostumar com a presença de outros pets e a reagir de maneira mais calma e controlada.
Cômodos diferentes no início
Quando o novo animal chega em casa, é importante separá-los em cômodos diferentes, especialmente nos primeiros dias. Esta prática ajuda a evitar brigas e reações indesejadas, permitindo que cada animal se ajuste gradualmente à presença do outro sem estresse adicional.
Se o novo animal for um filhote de cachorro, ele pode ficar em um cercado. O cercado oferece um espaço seguro onde o filhote pode se acomodar e explorar o ambiente sem invadir o território do outro animal. Além disso, impede que o filhote tenha acesso total à casa, o que pode ser importante para evitar acidentes e garantir que ele não perturbe o gato.
Manter cada pet em um espaço separado proporciona um ambiente mais seguro e tranquilo, facilitando o processo de adaptação e garantindo que ambos se sintam confortáveis e seguros em seu novo lar. À medida que se acostumam com os cheiros e sons um do outro, você pode começar a permitir interações supervisionadas, aumentando o tempo juntos gradualmente.
Reações indesejadas
Não é raro que o mascote da casa cometa alguns deslizes com a chegada do novo companheiro. É muito comum a demarcação de território quando se introduz outro animal. Os cães podem urinar e defecar em locais indesejados, e os gatos, arranhar mobílias para deixar seus feromônios. Alguns também podem querer chamar a atenção dos tutores por meio de atitudes destrutivas.
Para contornar essas situações, é importante que o tutor não descuide de dar atenção a ambos os animais e os elogiar quando estiverem juntos, incentivando o bom comportamento com carinhos e petiscos. Mostre para o pet que mora há mais tempo na casa que ele não perderá nada com a chegada do novo amigo.
Cantos particulares
Como cães e gatos possuem hábitos alimentares diferentes e precisam de alimentos específicos, é necessário afastar os comedouros na hora das refeições. Também separe os locais de higiene dos mascotes. A caixa de areia do gato deve ficar fora do alcance do cachorro para evitar que ele brinque nela e cause uma bagunça.
Além disso, os pets gostam de privacidade nesses momentos, então arrume um banheiro separado para cada um, longe dos locais de brincadeiras, descanso e alimentação. Objetos pessoais como brinquedos, mantas e camas também devem ser separados, a menos que os próprios animais decidam compartilhar. Separar um cômodo para as coisas do gato e colocar um portãozinho é uma boa alternativa.
As apresentações
A introdução do novo animal deve acontecer de modo gradual e ser acompanhada de perto pelo tutor, que não pode descuidar de dar atenção e cuidados aos dois pets de forma individualizada.
1) Se o cão chegar antes
- Quando o gato entrar na casa,dentro da caixa, é recomendado deixar o cão preso a uma guia para conhecê-lo. Isso ajuda o tutor a controlar a reação do animal e evitar que ele avance e assuste o novato.
- Distrair o cão ajuda muito. Mesmo com a chegada do bichano, mantenha ao alcance do cachorro brinquedos para ele brincar sozinho.
- Nos momentos em que você for interagir com o felino, nos primeiros dias de sua chegada, pode ser que você precise prender o cão na guia, mas não há necessidade de isolá -lo. Isso evita possíveis ataques enciumados.
2) Se o gato chegar antes
- Cheiros Familiares: Antes de trazer o cão para casa, mostre ao gato objetos do novo amigo, como cobertores, para que ele se acostume com o cheiro.
- Mantenha o felino recluso dentro de uma caixa de transporte durante as apresentações para que ele se acostume aos poucos com a presença do novo amigo.
- Certifique-se de que haja prateleiras ou móveis altos para o gato se refugiar. Ele não deve se sentir acuado e precisa de pontos para “fugir”.
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Alexandre Rossi, conhecido como Dr Pet, é especialista em comportamento animal, zootecnista e médico-veterinário. Junto de seus pets, Estopinha (in memoriam), Barthô e a gatinha Miah, ele é a maior referência no assunto do Brasil, divulgando seu conhecimento em estudos científicos, cursos on-line, programas de TV e redes sociais.
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