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Formas de detectar dor em pets

Por Alexandre Rossi – Dr Pet

Há sempre uma preocupação muito grande dos tutores em saber se o cão está sentindo dores ou algum desconforto. 

Um cão pode ter dores crônicas a vida inteira e ninguém percebe e isso acaba muitas vezes influenciando o comportamento e a personalidade do animal.

Nem sempre é fácil detectar, mas saber identificar se o seu cão ou gato está sentindo pode ajudar muito a cuidar do bem-estar deles. É sobre isso que falaremos hoje! 

Decifrando a linguagem da dor

Nós, humanos, temos a sorte de poder comunicar nossas dores e desconfortos de forma clara, mas e os nossos pets? Como entender quando eles estão sentindo algo além do que podemos ver? A verdade é que cães e gatos têm maneiras próprias de expressar que algo está errado. E a nossa missão é aprender a ouvir essas pistas.

Sinais corporais

Os pets não podem nos contar com palavras que estão em desconforto, mas seus corpos frequentemente falam por eles. Observar mudanças sutis em seus comportamentos e trejeitos pode ajudar muito! Preste atenção a sinais como:

  • Prostração: quando o seu pet está mais quieto do que o normal, pode ser um sinal de que algo está incomodando.
  • Respiração ofegante: se o seu animal estiver ofegante sem motivo aparente (como calor ou atividade física), pode ser uma indicação de dor.
  • Tremores: tremores que não estão associados ao frio podem ser um sinal de desconforto.
  • Cauda recolhida: a posição da cauda pode revelar muito sobre o estado de ânimo do pet. Se a cauda está mais para dentro das patas, algo pode estar errado.
  • Andar diferente: se você perceber que o seu pet está andando de forma estranha, talvez ele esteja tentando forçar alguma área dolorida.
  • Mobilidade reduzida: dificuldade em deitar, levantar ou apoiar-se em uma pata pode indicar desconforto.
  • Febre: um aumento na temperatura do corpo pode ser um sinal de inflamação ou infecção.

Sinais comportamentais

Os pets também podem mostrar sinais de dor por meio de mudanças em seu comportamento rotineiro. Fique atento a esses indícios:

  • Perda de apetite: uma diminuição súbita do interesse por comida pode ser um reflexo de dor no estômago, enjoo ou em outra parte do corpo.
  • Falta de vontade: se o seu pet perde o interesse por atividades que antes adorava, isso pode indicar que há algo errado.
  • Espreguiçar excessivo: cães com dor abdominal ou na coluna podem se esticar repetidamente para tentar aliviar o incômodo.
  • Evitar carinho: se o seu pet rejeitar carinho ou tentativas de toque, ele pode estar se protegendo de uma área dolorida.
  • Coceira ou lambedura excessiva: lambedura constante ou coceira em excesso pode ser uma forma do pet lidar com algum desconforto. Há pets que até mesmo se mordem nesses momentos.
  • Se isolar: um cão com comportamento sociável dificilmente vai se isolar de livre e espontânea vontade. Fique atento!
  • Agressividade repentina: se seu pet sempre foi bonzinho e começou a mostrar sinais de agressividade aparentemente sem motivo, talvez a saúde dela esteja influenciando esse comportamento.

Sinais que confundem

Já outros sinais podem confundir os tutores e levá-los a acreditar que o pet está com dor. Eles merecem atenção, claro, mas é importante avaliar com cautela:

  • Comer grama: cachorros que estão com problemas digestivos podem comer grama para aliviar o desconforto. Mas é importante entender que cães podem comer grama apenas porque gostam!
  • Vômitos esporádicos: se o pet vomitar uma vez, pode ser apenas uma pequena irritação na garganta, por exemplo. Geralmente, o pet consegue se recuperar depois de algo assim. Mas, caso sigam mais vômitos, procure um veterinário.
  • “Chorinho”: às vezes, a ansiedade do pet pode levá-lo a dar pequenos chorinhos, o que pode ser confundido com dor.

Dicas para verificação

Além dos sinais corporais e comportamentais, existem algumas estratégias que também ajudam a detectar dor nos animais: 

  • Manter um controle rigoroso da alimentação e do apetite do pet, já que variações no apetite podem indicar desconforto.
  • Conhecer o repertório comportamental do seu pet para detectar mudanças anormais.
  • Testar a dor com movimentos/situações que não elevam a adrenalina do pet. Um exemplo: muita gente pensa que o pet está mentindo quando ele fica mancando, porque quando chamam para passear, ele para de mancar. Mas geralmente a excitação pode mascarar a dor, fazer o pet “esquecer” por um momento.
  • Usar momentos de relaxamento e os dias frios para verificar, pois as dores articulares aparecem mais no frio.
  • Experimentar massagens suaves e observar a reação do seu pet.

Não podemos subestimar a importância de observar e entender nossos pets. Eles podem estar com desconforto sem conseguir nos dizer. Se desconfiar que o seu peludo está sofrendo, buscar orientação veterinária é sempre a melhor escolha. Recomendo o Centro Veterinário Seres.

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Alexandre Rossi, conhecido como Dr Pet, é especialista em comportamento animal, zootecnista e médico-veterinário. Junto de seus pets, Estopinha, Barthô e a gatinha Miah, ele é a maior referência no assunto do Brasil, divulgando seu conhecimento em estudos científicos, cursos on-line, programas de TV e redes sociais.

 

Paola

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