Por Alexandre Rossi – Dr Pet
A maioria dos pets s não gostam, resistem, arranham e até mordem seus tutores na hora de escovar os dentes. No entanto, a limpeza é fundamental para manter não apenas a saúde bucal de cães e gatos, mas a saúde como um todo. Isso porque um pet sem saúde oral pode ter dor, o que o impossibilita de se alimentar corretamente. Outro problema relacionado é a proliferação de bactérias da cavidade oral que podem comprometer outros órgãos, como coração, fígado e rins.
A saúde oral garante o bem-estar dos pets, assim como para nós. A diferença é que eles não demonstram desconforto e, por isso, os problemas são diagnosticados tardiamente.
A falta de higiene bucal tem como consequência inicial o “bafinho” que muitos tutores já devem ter sentido em seus pets. Muita gente pensa que é normal, mas o hálito ruim indica que alguma coisa não vai bem na boca do pet, independentemente da idade do animal.
A falta de higiene oral leva à formação da placa bacteriana sobre os dentes, o que causa o mau hálito. Como consequência a gengiva pode inflamar, ficar sensível, dolorida e sangrar. Assim, atividades simples como comer podem se tornar dolorosas para eles.
Em casos em que a placa já está formada, cães e gatos precisam realizar a limpeza profissional. Isso porque, nessa fase, estruturas mais internas que sustentam o dente, como ossos, ligamentos e raiz, podem já estar comprometidas, causando a queda. Muitos pets ainda podem apresentar aftas ou traumas como efeito do contato direto do tártaro com a bochecha ou a língua.
Sabe aquela sensação de dentes sujos quando ficamos o dia todo sem escová-los? Pois bem, ela é dada pelo acúmulo diário das bactérias sobre os dentes. E isso acontece também com os pets. O acúmulo de bactérias é sinônimo de infecção, e por isso se desenvolve a inflamação da gengiva, a doença periodontal e o tártaro.
As bactérias da boca se acumulam nos dentes assim que eles irrompem na cavidade oral. Portanto, desde filhotes a higiene bucal é imprescindível. Por isso, quando a escovação é impossível de ser feita por conta da personalidade do pet (que pode carregar traumas ou ser arisco), a primeira indicação dos especialistas é levá-lo ao veterinário especializado em odontologia a cada seis meses para uma avaliação e limpeza profunda, que inclui anestesia, radiografias e polimento dental.
Caso o animal ainda não possua doenças periodontais, o tutor pode utilizar produtos na prevenção. Rações especializadas trazem componentes que auxiliam a evitar a placa bacteriana e o tártaro, por isso, siga a indicação de um profissional para escolher o alimento.
Para os cães, ossos naturais bovinos podem ajudar a remover sujeiras que estejam incrustadas nos dentes, mas por serem muito duros, podem causar fraturas dentárias. Então só devem ser oferecidos sob supervisão e para cães que não roem tão intensamente.
Há ainda aditivos para água que auxiliam na saúde oral e na prevenção da formação de tártaro – e podem ser utilizados para cães e gatos. E lenços com clorhexidina, um dos antissépticos mais eficazes empregados para higienização oral. Se friccionados corretamente sobre os dentes e a gengiva, podem ajudar a remover a placa.
Por fim, o mercado oferece também snacks para evitar tártaro, mas não se deve basear a higienização oral do pet neles. Infelizmente existem vários produtos com apelo dental, mas que não possuem estudos que comprovem sua eficácia.
Os brinquedos de nylon duro (e até alguns móveis especiais) podem também contribuir para a limpeza dos dentes. Outra opção interessante são os mordedores que podem ser congelados.
Já bolinhas, argolas e outros objetos de borracha colaboram na prevenção do mau hálito do animal, pois fazem um trabalho de “abrasão” na superfície dos dentes. Dica: experimente lavar o brinquedo e guardá-lo por um tempo. Ao recebê-lo, o cachorro não vai largar o item e a limpeza feita por ele será mais intensa.
Lembrando que nada disso substitui a escovação, são só formas de auxiliar a higiene bucal!
Escovar os dentes de um cão é normalmente mais fácil do que os de um gato, pois os cachorros são mais facilmente treinados e condicionados. O tutor consegue ensinar com certa facilidade um cão a sentar, mas com o felino a história é um pouco diferente. Contudo, nos dois casos, o sucesso depende de treinamento e paciência.
Para isso, o mais recomendado é começar cedo. Deve-se treinar manipular a boca do filhote, passando a mão sobre o focinho e o dedo sobre os dentes. O condicionamento é baseado na repetição, dessa maneira, criar uma rotina de escovação permite o estabelecimento de uma relação de confiança entre o animal e seu tutor.
A escovação dental de ambas as espécies deve apoiar-se em reforços positivos, ou seja, o animal deve ser recompensado com algo que aprecie após a limpeza, como um petisco. Para os felinos, toda arma é válida, até o catnip!
Mas não são todos os pets que deixarão uma pessoa colocar a escova dental na sua boca logo de início. Então, separei um passo a passo para ajudar:
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Alexandre Rossi, conhecido como Dr Pet, é especialista em comportamento animal, zootecnista e médico-veterinário. Junto de seus pets, Estopinha (in memoriam), Barthô e a gatinha Miah, ele é a maior referência no assunto do Brasil, divulgando seu conhecimento em estudos científicos, cursos on-line, programas de TV e redes sociais.
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