Infelizmente, a história é bem mais comum do que muitos imaginam. Depois de adotar um cão ou gato em uma feirinha, a família se surpreende com mau comportamento e opta por devolver o pet à condição de abandono.
É o caso, por exemplo, quando um cachorro começa a latir muito e passa a incomodar a vizinhança, ou quando um gato se torna agressivo com as pessoas.
O médico-veterinário, Dr. Dalton Ishikawa, explica a situação. A expectativa e o despreparo dos tutores que adotam por impulso é uma das principais causas. “Se a pessoa não fica em casa ou não tem condições financeiras, por exemplo, ela não tem o perfil para adotar”, diz o especialista.
Para Ishikawa, existe uma confusão entre o que é, de fato, problema de comportamento e o que é comportamento indesejado. Por exemplo, em geral, filhotes sem raça definida (SRD) têm mais energia para gastar do que uma raça de companhia. Sendo assim, eles precisam de uma quantidade maior de passeios e de atividades ao longo do dia.
O fato de cães SRD, raças de pastoreio, caça e trabalho terem muita energia para gastar não é um problema. Na verdade, trata-se de uma característica esperada. No entanto, ela nem sempre é desejada pelos tutores.
Daí vem a importância de estudar não só as características físicas e necessidades comportamentais dos pets. É fundamental conhecer também seu próprio estilo de vida para saber se ambos podem ser alinhados.
Além disso, é essencial que todos da família estejam de acordo com a adoção. O mesmo vale para a divisão de tarefas para evitar problemas no convívio familiar.
Mesmo com o cuidado de adotar um animal somente após a autoavaliação, o pet pode apresentar algum comportamento estranho.
Isso acontece principalmente com tutores iniciantes. No entanto, também pode acontecer com experientes, como na introdução de um novo pet onde já moram outros animais de estimação.
Para melhor adaptação e prevenir problemas desde o início, é possível contar atualmente com a consultoria de comportamento animal. Ao longo de, em média, duas horas, o profissional irá analisar o ambiente em que o pet vai morar.
O especialista em psicologia animal pode dar orientações mais assertivas sobre o local ideal de caminhas, comedouros etc. Ele também pode demonstrar a melhor técnica para ensinar o animal onde fazer suas necessidades e muito mais!
Não se trata de um gasto supérfluo. A contratação desse serviço evita despesas futuras por conta de destruição de móveis.
Nessa conta também podem entrar o pagamento de multas por latidos excessivos, lavagem de tapete, entre outros. Sem contar o prejuízo emocional para a família e para o pet. “É um investimento importante que se banca em poucos dias”, comenta Ishikawa.
Alguns cães adotados quando adultos já podem ter passado por traumas que desencadearam problemas comportamentais.
Seja como for, a questão nunca deve ser tratada como um problema do cachorro. Mas sim, da forma como atendemos ou deixamos de atender às suas necessidades básicas.
A seguir, o Dr. Dalton Ishikawa comenta três dos principais problemas no convívio com os cães.
Para o especialista, é preciso ficar claro que não se trata de birra ou provocação. “Isso é antropomorfização”, diz. Quando o pet faz xixi no tapete, é simplesmente por ter encontrado ali uma textura semelhante à grama. Até que você o ensine onde fazer suas necessidades, não existe lugar certo ou errado.
A fim de solucionar casos de cachorro fazendo cocô no lugar errado, duas medidas são necessárias: rotina e adestramento positivo.
Procure levar o peludo até o local onde você deseja que ele faça xixi e o recompense imediatamente. “Ao vê-lo fazer o que espera dele, faça carinho, dê petisco ou elogie. Assim, o aprendizado fica muito mais rápido, eficaz e prazeroso”, diz o veterinário.
Esse comportamento é sinal de que a ausência do tutor é sentida de maneira muito forte pelo cão. Habitue o pet à ausência, o que começa por não fazer muita festa ao chegar ou sair de casa.
Mas não é só isso! Também é fundamental garantir que o ele tenha com o que se ocupar quando estiver sozinho. Prepare brinquedos com compartimentos recheáveis, colocando neles a porção de ração do dia e alguns petiscos.
O comportamento destrutivo surge quando o cachorro não tem suas necessidades físicas e mentais atendidas. Se ele passa o dia todo sozinho, sem ter o que fazer, é normal que busque formas de gastar energia.
Portanto, para evitar destruições (ou pior, que o pet comece a se automutilar), garanta diferentes formas de distração. Aposte no uso de brinquedos e mordedores!
Até mais do que os cachorros, os bichanos têm dificuldade de se adaptar a mudanças. O Dr. Dalton diz que um erro comum é adotar dois felinos para terem sempre companhia.
Segundo o especialista, é muito comum a chamada “tensão passiva” entre os felinos. Os gatos são obrigados a viverem juntos. Com isso, mesmo que se tolerem, cada um fica em seu canto e, muitas vezes, os dois podem entrar em conflito.
A seguir, ele dá dicas de como lidar com os problemas de comportamento entre gatos.
Alguns fatores, como escolha ou limpeza inadequada da areia e da caixa sanitária, podem influenciar. No entanto, Ishikawa explica que três cuidados são chave ao falar do uso de recursos pelos gatos: multiplicar, descentralizar e setorizar.
Na prática, isso tem a ver com detalhes do ambiente. Procure ter uma caixa de areia a mais que o número total de gatos. Além disso, coloque-as em local separado de camas, comedouros e bebedouros.
Lembre-se de que os gatos são territorialistas. Ao deixar as caixas em um único cômodo, o gato dominante pode entender que todo aquele espaço pertence a ele. Isso inibe o uso das caixas por outros bichanos.
Este é mais um exemplo de comportamento indesejado. Para os gatos, arranhar é absolutamente natural como forma de se exercitar. Além disso, ajuda a marcar seu território, uma vez que eles eliminam feromônios pelos coxins.
Logo, se o bichano não tiver arranhadores para que possa exercê-lo, é normal que arranhe os móveis da casa. Contudo, é importante ressaltar que o hábito de arranhar é apenas um dos comportamentos naturais dos gatos.
Na natureza, os felinos passam boa parte do tempo em busca de alimento. No ambiente doméstico, o ideal é que outros hábitos ligados à caça também sejam estimulados. Para isso, invista também em brinquedos que simulam presas.
Como dissemos, ao contrário do que muitos pensam, os gatos preferem ter a casa apenas para si. Por isso mesmo a introdução de um novo membro deve ser feita aos poucos e com muito cuidado.
Isso porque, de acordo com o doutor, colocar mais um bichano no meio de outros pode gerar um comportamento agressivo.
Já em relação à agressividade com pessoas, ela pode ser resultado de uma sociabilização pobre ou inexistente. Nesse caso, também é recomendado buscar a ajuda de um especialista em comportamento felino.
Esperamos ter ajudado você a entender melhor o mau comportamento de cães e gatos. Acompanhe o blog da Petz para ficar por dentro de mais informações sobre nossos amigos de quatro patas!
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