Ficar receoso ao se deparar com um cachorro grande, forte e com sinais de agressividade é natural e até recomendado. O problema é quando o medo de cachorro foge do controle e se torna irracional, em qualquer situação, mesmo quando eles não oferecem o menor risco. Esse medo irracional de cães é chamado de cinofobia.
Para entender o que é cinofobia, imagine a seguinte situação: você chega na casa de um amigo para visitá-lo. Ao entrar na propriedade, um enorme Rottweiler olha para você e começa a rosnar em sua direção.
Por mais que você seja apaixonado por cachorros, é natural sentir medo nesse caso. Agora, imagine que no lugar do Rottweiler estivéssemos falando de um Shih-Tzu e que, em vez de rosnar para você, ele apenas pulasse em sua perna amigavelmente.
Para a maior parte das pessoas, a diferença entre as duas situações descritas é evidente: no primeiro caso, o cachorro de fato representa perigo, ou seja, trata-se de um medo racional.
Já no segundo, não há fundamento para o medo excessivo. E é desse tipo de medo de cachorro irracional que tratamos quando falamos em cinofobia, um problema psicológico que exige atenção.
Ao contrário de um medo que surge em situações pontuais, a cinofobia impacta gravemente o dia a dia de quem sofre com o problema. Entre os sintomas da cinofobia estão:
Se você apresenta um ou mais desses sinais ao se deparar com um cachorro, independentemente do porte dele ou da situação, procure a ajuda de um psicólogo!
A cinofobia, muitas vezes, está associada a algum trauma. Nesse sentido, é relativamente comum que alguém que tenha sofrido um ataque grave de cachorro no passado desenvolva um medo irracional e generalizado de cães.
No entanto, a fobia de cachorro também pode estar relacionada a traumas de maneira indireta, exigindo uma investigação mais aprofundada. Ainda que nem sempre leve a quadros graves de medo de cachorro, a cautela excessiva dos pais também pode contribuir para a cinofobia.
Por receio de que a criança se machuque, muitos pais exageram os perigos representados por um cachorro, alertando para o risco de mordidas e/ou transmissão de doenças. Dependendo do tom e da frequência das ameaças, a criança pode crescer insegura e desenvolver um medo irracional de cachorro.
Para tratar a fobia a cachorro, não basta colocar a pessoa cinofóbica diante de um cachorro e informá-la que ele é dócil e inofensivo. A cinofobia diz respeito a um medo irracional cuja origem pode estar em traumas ligados ou não a experiências prévias negativas com cachorro.
Para tratá-la, portanto, é imprescindível investigar as causas com a ajuda de um psicólogo. Uma vez identificadas as possíveis origens da cinofobia em determinado paciente, algumas técnicas como a dessensibilização sistemática e a terapia de exposição são muito úteis para ajudar as pessoas a perder o medo de cachorro aos poucos.
Vale lembrar que o tratamento para perder o medo de cachorro deve ser feito com acompanhamento e de maneira gradual, sempre respeitando os limites de cada paciente. A exposição forçada só tende a piorar o quadro!
Por fim, se você conhece alguém que sofre de cinofobia, a dica da Petz é: se coloque no lugar da pessoa e imagine como deve ser difícil conviver com essa fobia e lidar com ela todos os dias. Não julgue, não menospreze e não tente promover “terapias de exposição” forçadas. Em vez disso, seja paciente e incentive a pessoa a procurar ajuda.
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