Discreto no início, o surgimento de calo no cotovelo do cachorro preocupa os tutores à medida que cresce, chamando atenção para a região das patas. Embora inofensivo na maior parte das vezes, o atrito recorrente do calo com superfícies ásperas pode evoluir para lesões e inflamações locais ou mesmo articulares.
Por isso, ao verificar uma protuberância no cotovelo de cachorro, consulte um veterinário. Até porque, em alguns casos, o surgimento de nódulos no cotovelo pode estar associado também a outros problemas mais graves, como tumores.
Conversamos com o Dr. Ítalo Cássio Oliveira, médico-veterinário e coordenador técnico da área de clínicas e hospitais das redes Seres e Petz, que nos ajudou a esclarecer algumas das principais dúvidas a respeito da formação de calo no cotovelo do cachorro.
Conforme explica o Dr. Ítalo, da Petz, há diferentes tipos de protuberâncias que podem surgir no cotovelo do cachorro, sendo que o “calo” é um dos mais comuns, resultado de um crescimento exuberante da última camada da pele. É o quadro conhecido como hiperqueratose.
“Porém, podemos ter até tumores que são confundidos com calos, além dos higromas, que correspondem à inflamação extra-capsular da membrana sinovial da articulação”, diz o veterinário. Portanto, sempre que notar mudanças na aparência ou comportamento do seu cão, leve-o assim que possível para um check-up.
O surgimento de calo em cachorro é semelhante à ocorrência de calos em humanos. Conhecida tecnicamente como hiperqueratose, a condição é resultado do atrito constante em determinada região do corpo.
“De acordo com a intensidade de trauma constante aplicado ali, a pele é estimulada a reforçar a barreira de proteção local, produzindo mais queratina”, explica o Dr. Ítalo. Como resultado, a pele do calo no cotovelo do cachorro fica cada vez mais grossa, ganhando outra textura e coloração.
A hiperqueratose, portanto, afeta os locais de maior pressão intermitente e atrito. Em humanos, isso implica a ocorrência de calos principalmente na parte inferior, na lateral e nos dedos dos pés (nesses dois últimos casos, especialmente devido ao atrito com sapatos).
Porém, podem surgir também em locais como nos dedos das mãos, os conhecidos “calos de escrever”. Já nos cachorros, as regiões mais propensas ao surgimento de calos são justamente os cotovelos, uma vez que é neles que os pets se apoiam em diversos movimentos cotidianos. São os chamados calos de apoio no cão.
O calo no cotovelo do cachorro pode aparecer em qualquer cão. No entanto, devido à maior pressão exercida sobre a região, o problema é mais comum em peludos de médio a grande porte.
“A incidência de hiperqueratose em áreas que recebem constante pressão, impacto ou atrito também é maior em animais obesos”, destaca o veterinário. Em todos os casos, o problema costuma acometer os cães a partir da fase adulta.
Como já adiantamos no início da matéria, ao perceber qualquer protuberância inusitada no corpo do seu amigo, procure um veterinário. Isso é importante para avaliar o estado de saúde dele, descartando, se for o caso, problemas mais graves, como tumores ou higromas.
Segundo o Dr. Ítalo Cássio, a hiperqueratose em si não costuma ser prejudicial, pelo menos não inicialmente. Contudo, além de provocar desconforto, ela pode evoluir para inflamações locais ou articulares devido à repetição do atrito e/ou impacto.
A hiperqueratose é decorrente principalmente do atrito ou do impacto constante em determinada região do corpo. Por isso mesmo, ele é mais comum em cães que passam a maior parte do tempo em ambientes com pisos muito duros e ásperos, como os pavimentados.
Mesmo assim, em ambientes internos, o piso frio também pode contribuir para o problema, segundo o especialista. Lembrando que a obesidade contribui para aumentar a pressão sobre a região afetada.
“Mas como curar calo no cotovelo do cachorro?” Uma vez formado o calo, o Dr. Ítalo diz que o tratamento consiste em proteger o local com bandagens adequadas e roupas especiais, prescritas pelo médico-veterinário.
Elas são importantes para evitar a piora do quadro, com evolução para inflamações. Em alguns casos, o veterinário poderá recomendar também o uso de medicamentos tópicos.
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