Em maio de 2021, foi registrado o primeiro caso de raiva canina desde 1995, após uma picada de morcego em cachorro no Rio de Janeiro. Para além da necessidade premente de reforço anual da vacina antirrábica, a ocorrência chama a atenção para o risco de mordida de morcegos em áreas urbanas.
Isso pode trazer problemas graves para a saúde do seu amigo de quatro patas e para a sociedade como um todo. A seguir, contamos com a ajuda da Dra. Juliene Moura de Oliveira Silva, médica-veterinária da rede Seres, para responder algumas das principais dúvidas sobre o assunto.
Longe disso! De acordo com a Dra. Juliene, há aproximadamente mil espécies de morcego já catalogadas no mundo todo, sendo que cerca de 180 delas podem ser encontradas no Brasil.
Dessas, apenas três espécies são hematófagas, isto é, se alimentam do sangue de outros animais e podem ser um morcego que morde cachorro. Quanto às outras, elas são em sua maioria insetívoras e frugívoras.
Muita gente não sabe, mas os morcegos são agentes importantes de dispersão de sementes, podendo contribuir inclusive para o reflorestamento de áreas desmatadas.
É muito comum associar morcegos a áreas rurais e, principalmente, às cavernas. De fato, conforme explica a veterinária, cães residentes de áreas rurais ou urbanas próximas a matas fechadas e reservas ambientais são mais suscetíveis ao ataque.
No entanto, estudos sugerem que algumas espécies de morcego já se adaptam melhor ao ambiente urbano. Por isso, fique sempre atento à presença desses animais nas proximidades no período noturno.
Para manter os morcegos afastados, uma dica é aumentar a luminosidade do local, já que esses animais não gostam de claridade. Lembrando que o cachorro sempre deve ter um abrigo adequado, especialmente se vivem na área externa da casa. Assim, a chance do encontro de um cachorro e morcego se torna menor.
Felizmente, não. Pesquisas mostram que apenas 30% dos morcegos carregam o vírus da raiva, sendo que este pode estar presente também em espécies que não são hematófagas.
Ou seja, em caso de mordida de morcego em cachorro, nem sempre haverá a contaminação pelo vírus da raiva. Seja como for, é importante manter a carteirinha de vacinação do pet sempre em dia. Afinal, não queremos arriscar a saúde dele e da comunidade, não é mesmo?
A Dra. Juliene explica que sim: “Além do risco de transmissão da raiva, a mordida do morcego pode causar inflamação e infecção local, e ainda transmitir outras doenças infecciosas, como o tétano.”
Portanto, por mais que seu amigo esteja protegido com a vacina antirrábica, é importante fazer o possível para evitar uma picada de morcego em cachorro.
“Ao perceber feridas compatíveis com mordida de morcego, o tutor deverá lavar imediatamente o local da ferida com água corrente e sabão neutro, e procurar um médico-veterinário para diagnóstico, tratamento e notificação obrigatória do Centro de Zoonoses local”, alerta a veterinária.
Segundo a especialista, na maior parte dos casos de picada de morcego em cachorro, o cão afetado é mantido em observação por até 10 dias. “Se for possível, o morcego deve ser testado para raiva”, completa.
Em primeiro lugar, faça o possível para evitar que morcegos entrem nos cômodos da casa. Nesse sentido, verifique se existem buracos que permitam a passagem.
“Use telas de proteção nas janelas, chaminés de churrasqueiras e aberturas do telhado. Preencha os furos elétricos e de encanamentos com malha de aço ou massas de preenchimento”, orienta a médica-veterinária.
Para cães que vivem na área externa, é fundamental garantir que eles tenham um abrigo protegido durante a noite. Assim, é mais difícil que o morcego e o cachorro tenham interações.
“Lembrando que os morcegos são considerados animais silvestres que desempenham um papel importante na manutenção do ecossistema, da polinização e da dispersão de sementes. Eles são protegidos por lei, portanto, não podem ser caçados e eliminados”, diz Juliene.
Finalmente, destacamos que é fundamental manter a vacinação do pet sempre em dia, respeitando as datas estabelecidas pelo médico-veterinário para o reforço anual da vacina antirrábica. Lembre-se de que a raiva é fatal, não tem cura e pode colocar em risco a vida de sua família e de toda a comunidade.
Agora você sabe tudo sobre picada de morcego em cachorro e os cuidados para evitar esse tipo de problema! Para mais dicas como essa, lembre-se de acompanhar a gente aqui, no blog da Petz. Sempre prezamos pela melhor saúde do seu bichinho!
Os tapetes higiênicos são a solução ideal para muitas casas que têm pets, especialmente para…
Seja como animais de estimação, seja como seres de laboratório, diferentes tipos de camundongos fazem…
Os animais de estimação ganharam status de membros da família. Independentemente se são de raça…
Ter um aquário em casa é muito bacana. O hobby do aquarismo pode ser relaxante,…
Essa planta veio lá do deserto da África para habitar os lares e o coração…
Por Alexandre Rossi - Dr Pet Quando o portão de casa se abre, um novo…