Infelizmente, algumas doenças muito comuns nos nossos amigos são também bastante dolorosas, como é o caso da displasia em cachorro. Caracterizada por uma incongruência da articulação coxofemoral, na qual a cabeça do fêmur não “se encaixa” no acetábulo (cavidade do osso do quadril), a doença tem grande impacto na mobilidade dos cachorros, o que afeta também sua qualidade de vida.
Embora o fator genético pode ter um papel importante no surgimento da displasia em cachorros, saber mais sobre a doença ajuda a tomar algumas medidas que contribuem para retardar seu desenvolvimento. Assim como reconhecer os primeiros sintomas é importante para atenuar os impactos da displasia desde o início.
Não existe uma causa única para a displasia. No entanto, de acordo com o Dr. Felipi Bruno Espada, veterinário da Petz, “sabe-se que a genética corresponde a 50% da causa da displasia de quadril aliada a 50% de causa ambiental”, diz. Em causas ambientais, ele cita como exemplos fatores nutricionais, biomecânicos e de meio-ambiente, que podem piorar a displasia.
Em relação a esse último fator, o especialista diz que o tipo de piso em que o pet vive interfere muito. Isso porque pisos lisos fazem com que ele escorregue com frequência, forçando suas articulações, o que contribui para o desenvolvimento e progressão da doença.
Já que falamos que a genética é um dos principais fatores associados ao desenvolvimento da displasia, é natural concluir que determinadas raças estejam mais predispostas ao problema. E é verdade.
Apesar de poder acometer qualquer cachorro ou gato dependendo de fatores como idade, peso e tipo de piso em que o ele vive, cães de porte médio ou grande estão entre os mais afetados pela displasia, com destaque para as raças Pastor Alemão, Husky Siberiano, Rottweiller, Labrador, São Bernardo e Pittbull.
Por isso, principalmente se seu amigo pertence a uma delas, fique atento aos sinais da displasia e não deixe de fazer um acompanhamento com o veterinário!
Ainda mais quando o pet vive em condições inapropriadas, a displasia só tende a evoluir. Por isso, saber identificar os primeiros sintomas de displasia canina é fundamental para dar início ao tratamento e garantir mais qualidade de vida ao pet. Veja abaixo os principais sinais da doença:
De acordo com o dr. Felipi, em casos mais avançados, o cão ou gato pode até mesmo vir a parar de andar. “No entanto, com o avanço da medicina veterinária, hoje em dia o animal dificilmente chega a esse estado quando devidamente tratado”, afirma.
Ao suspeitar de displasia, o veterinário costuma realizar um exame físico para verificar a sensibilidade apresentada pelo animal na articulação. No entanto, só um Raio-X será capaz de confirmar o quadro da doença, além de ajudar o veterinário a identificar o grau da displasia e de lesão da articulação.
O tratamento adequado vai depender diretamente dessa avaliação, já que pets com diferentes estados de saúde e em estágios diferentes da doença pedem diferentes procedimentos. Por isso, somente um veterinário poderá dizer como tratar displasia coxofemoral em cães.
Seja qual for o tratamento para displasia, de maneira geral, todos eles envolvem algumas mudanças no estilo de vida do pet, que pode precisar de exercícios físicos supervisionados, suplementação com condroprotetores e alterações na alimentação (para perda de peso) e no ambiente (com pisos antiderrapantes). Em alguns casos, o veterinário poderá recomendar também uma intervenção cirúrgica.
Vale ressaltar que a displasia coxofemoral não tem cura, no entanto, com a evolução da medicina-veterinária, diversos tratamentos são capazes de retardar a doença e de dar mais qualidade de vida ao pet.
Embora a cirurgia seja indicada em alguns casos, não estranhe se, ao diagnosticar a displasia, o veterinário recomendar coisas como fisioterapia, acupuntura ou ozonioterapia. De acordo com o Dr. Felipi, essas formas de tratamento não invasivas têm se mostrado ótimas opções para possibilitar mais qualidade de vida aos animais.
No caso da fisioterapia, ela atua fazendo com que o pet ganhe massa muscular, o que ajuda a estabilizar melhor a articulação coxofemoral incongruente, além de proporcionar a ele exercícios de baixo impacto que propiciam a perda de peso. O veterinário cita, ainda, que a fisioterapia pode estimular o aumento da produção de líquido sinovial, fundamental para lubrificar as articulações. Já a laserterapia e magnetoterapia ajudam a diminuir a dor, tornando o pet menos dependente de analgésicos e de anti-inflamatórios. Converse com o veterinário!
É sempre difícil falar em prevenção quando o assunto é genética. Isso porque, nesses casos, a prevenção deve começar lá atrás, nos criadores, com a preocupação de não cruzar animais com a doença. Sendo assim, o primeiro passo para evitar que seu amigo tenha displasia é questionar, no momento da compra, sobre o histórico de seus pais e de seus avôs em relação à doença.
Além desses cuidados, confira outros que você pode ter no dia a dia:
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