Cinomose: conheça tudo sobre esta doença
Publicado em 15 de janeiro de 2022Tempo de leitura: 5min
Você já ouviu falar em cinomose? Essa é uma doença grave que afeta principalmente cachorros filhotes e idosos que estão com a imunidade baixa, mas pode acometer qualquer cão, em qualquer idade.
Os sintomas do vírus são comuns e fáceis de reconhecer. No entanto, quando não é monitorada adequadamente, a doença pode ser fatal. Continue lendo para saber mais sobre os sinais, como identificar e como tratar o problema.
O que é a cinomose?
Segundo explica o médico-veterinário da Petz, Dr. Samuel Teófilo, a cinomose é uma doença altamente contagiosa e multissistêmica. Isso significa que, durante a evolução, ela pode ocasionar diversos sintomas e atingir todo o organismo.
Também conhecida como CDV, sigla em inglês para “vírus da cinomose canina”, a doença é causada por um vírus da família Paramyxovirus e tem alta taxa de mortalidade, além do risco de deixar inúmeras sequelas graves.
Como ocorre a transmissão da cinomose?
Muito contagiosa, a cinomose em cães é transmitida a partir do contato do animal com um pet infectado, de maneira direta ou indireta. Por isso, é importante evitar compartilhar acessórios como comedouro, bebedouro e brinquedos.
Além disso, deixar um cachorro confinado em um ambiente fechado com outro pet infectado está entre as principais formas de transmissão da CDV. Diferentemente de outras doenças caninas, o vírus pode sobreviver por até três meses no ambiente. Porém, ele não resiste a uma boa limpeza: é destruído por qualquer tipo de desinfetante.
Quais são os principais grupos de risco da doença?
Sabendo o que é cinomose em cachorro, é importante estar ciente de que a doença não é transmitida para seres humanos. Aliás, ela afeta somente os cães entre os animais domésticos, não sendo transmitida para gatos, aves, roedores, etc.
Já na natureza, a doença também afeta outros animais, como raposas e guaxinins. Portanto, se o amigo de quatro patas tem contato com esses bichos, vale redobrar a atenção.
Quais são os sintomas da cinomose?
Também é preciso entender que os sintomas da cinomose são pouco específicos, comuns também em outras doenças. “Após a infecção, o cão pode apresentar corrimento nasal e ocular, perda de apetite, tosse e outros sintomas adversos”, enumera o Dr. Samuel.
A progressão dos sintomas varia de acordo com as fases citadas abaixo. No entanto, nem todos os animais passam necessariamente por todas elas.
Fase respiratória
A primeira fase dos sintomas está restrita à respiração. Quando não é tratada corretamente, ela pode levar o pet à próxima fase ou à morte. Então, preste atenção aos primeiros sinais, como:
- tosse seca ou com secreção;
- pneumonia;
- secreção nasal;
- dificuldade respiratória;
- secreções oculares,
- febre aguda.
Fase gastrintestinal
Depois de afetar a respiração, o amigo de quatro patas passa a sentir desconfortos gastrointestinais. É imprescindível que, já a partir da primeira fase, o pet vá ao veterinário para tratar a doença. Portanto, atente-se a sinais como:
- vômitos;
- diarreia (com possíveis estrias de sangue);
- anorexia (falta de apetite),
- dor abdominal.
Fase neurológica
A terceira fase da doença afeta os nervos do pet. Até antes ou durante essa fase, o cãozinho pode falecer. Por isso, se o amigo peludo apresentar os seguintes sintomas, leve-o a um veterinário imediatamente:
- vocalização involuntária (como se estivesse sentindo dor);
- alteração comportamental;
- convulsões;
- contrações musculares involuntárias;
- andar em círculos;
- movimentos de pedalagem,
- paralisia.
Fase cutânea
Na última fase, o pet apresenta problemas na pele. Nesse caso, é importante observar atentamente qualquer mudança na aparência do amigo. Os principais sintomas são:
- pústulas abdominais;
- hiperqueratose (espessamento) nos coxins e no focinho;
- conjuntivite;
- lesões na retina.
Como acontece o diagnóstico da cinomose canina?
O diagnóstico da cinomose em cãezinhos é feito pelo médico-veterinário por meio de uma combinação de exames clínicos, anamnese (entrevista com o tutor) e exames laboratoriais.
Entre esses últimos, o Dr. Samuel explica que os mais solicitados são o hemograma, o teste ELISA (que identifica anticorpos específicos) e o PCR (que busca o material genético do vírus). “O último é o exame mais eficaz para a detecção do vírus, feito a partir de amostras de secreções”, diz o médico-veterinário.
A cinomose canina tem cura?
Muita gente não sabe, mas ainda não há muitas alternativas para curar o pet da cinomose. “A cinomose tem baixa porcentagem de cura”, afirma o médico-veterinário.
“Não há remédios que combatam diretamente o vírus e, mesmo quando o organismo do animal consegue vencê-lo, muitas vezes, as sequelas neurológicas são graves e podem levar à eutanásia do animal”, completa o Dr. Samuel.
Como é o tratamento da doença?
Não existe um tratamento específico ou um remédio para cinomose. Dessa forma, o tratamento é principalmente focado nos sintomas, na prevenção e no combate de infecções secundárias.
Entre os medicamentos que podem ser receitados pelo veterinário para garantir a saúde do pet, dependendo da manifestação da doença, estão antibióticos, suplementos nutricionais, expectorantes, broncodilatadores, antitérmicos, anticonvulsivantes, etc.
De acordo com o Dr. Samuel, a acupuntura também tem sido indicada no tratamento das sequelas neuromusculares deixadas pela cinomose nos animais que sobrevivem à doença.
Como prevenir a cinomose?
Sabendo o que é cinomose, a prevenção fica mais simples: basta seguir o calendário de imunização com a vacina contra a doença, assim o seu animal terá uma chance mínima de se contaminar.
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