Cachorros

Cachorro triste: causas e como lidar com a depressão canina

Quando uma amizade é verdadeira, os sentimentos são compartilhados. A gente se diverte quando o amigo dá risada, comemora as vitórias dele e, claro, fica muito chateado ao saber que ele está passando por um momento difícil. É por isso que uma das grandes preocupações dos tutores é perceber o cachorro triste.

Embora estudos sugiram que a famosa “carinha de pidão” seja uma forma intencional de os cães tentarem amolecer nosso coração, a verdade é que eles podem, sim, ficar tristes. E acredite: isso acontece por motivos bem sérios, como a depressão canina. Veja causas, sintomas e o que fazer para ajudar seu cão.

Afinal, cachorro tem depressão?

Se por um lado a popularização do termo “depressão” serviu para aumentar a conscientização sobre a doença, por outro, ele acabou sendo banalizado, tornando-se comum encontrarmos quem não leve o problema a sério. 

No caso dos cachorros, a médica-veterinária da Petz, Dra. Erika Turim, esclarece que eles são seres sencientes (com sentimentos) e, portanto, o quadro também existe entre esses pets.

Assim como acontece conosco, é preciso diferenciar o que é de fato tristeza do que é temperamento. “É importante sempre separar o que é um ‘cão calminho’ de um ‘cão deprimido’”, diz ela.

Sintomas da depressão canina

Nenhum cachorro é igual a outro. Enquanto algumas raças são conhecidas por serem hiperativas, como o Border Collie, outras, como o Buldogue inglês, fizeram fama por serem muito preguiçosas

Dentro de uma mesma raça, porém, os cães também têm temperamentos diferentes, influenciados por fatores como idade e adestramento. Conhecer a personalidade do seu amigo, portanto, é o primeiro passo para reconhecer a depressão em cachorro. Além disso, fique atento aos seguintes sinais:

  • perda de apetite;
  • perda de peso;
  • recusa em brincar com tutores ou outros pets;
  • prostração;
  • isolamento;
  • agressividade repentina;
  • olhar perdido e triste;
  • lambedura excessiva (principalmente do focinho);
  • bocejos e coceiras frequentes e sem motivo;
  • automutilação em extremidades do corpo (cauda e patas).

“Os cães apresentam sintomas semelhantes ao da depressão humana”, resume a Dra. Erika. Em caso de mudanças bruscas de comportamento ou de qualquer um desses sintomas, leve seu amigo ao veterinário o quanto antes!

O que leva um cachorro a ficar triste?

De acordo com a Dra. Erika, justamente por terem muitos sentimentos, cães podem entrar em um quadro depressivo por diversos motivos. “Isso pode ocorrer principalmente nos casos em que há muita dependência emocional desses animais em relação a seus tutores”, diz a especialista.

Segundo a veterinária, quando isso acontece, qualquer mudança na rotina da família pode contribuir para um cachorro triste. A seguir, ela destaca algumas das principais situações que podem levar ao surgimento da depressão:

  • mudança de casa ou no ambiente;
  • morte ou ausência de um membro da família;
  • morte ou ausência de um pet próximo;
  • chegada de um novo pet ou membro da família (como bebês);
  • maus-tratos;
  • adestramento inadequado (com uso de punições);
  • longos períodos preso e sem passeio, principalmente em espaços pequenos.

“Todas as situações descritas acima podem comprometer a saúde do pet porque passam a interferir na alimentação, no sono e nas atividades diárias dele”, alerta a Dra. Erika. Também por isso, nunca deixe a suspeita de tristeza para lá, pois ela pode contribuir para outras complicações físicas e psicológicas.

Empatia: uma marca registrada dos cães

Em algumas situações, o tutor pode perceber seu cachorro triste, mas não entender que parte da rotina justifica o problema. Nessa hora, vale perguntar a si mesmo como você anda se sentindo ultimamente. Isso porque, de acordo com a Dra. Erika, os cães são extremamente empáticos.

“Muitas vezes, eles podem manifestar os mesmos sentimentos que os tutores. Por isso, devemos sempre observar se a tristeza é realmente do pet ou se é apenas um reflexo de como nós estamos nos sentindo”, diz. Quer amor maior que esse e motivo melhor para encontrar razões para se alegrar?

Xô, tristeza! Diagnóstico, tratamento e prevenção da depressão canina

Como se deve fazer com qualquer outra doença, em caso de suspeita de depressão, o veterinário sempre deverá ser consultado. Além de ser o único capaz de dar orientações adequadas e prescrever medicamentos, só ele poderá confirmar o diagnóstico de depressão.

Nesse sentido, a Dra. Erika lembra que é importante realizar uma série de exames e avaliações a fim de descartar a possibilidade de outros problemas. Confirmada a depressão, o tratamento normalmente é feito tanto com mudanças na rotina como com medicamentos homeopáticos ou alopáticos (medicina tradicional).

Lembre-se de que você nunca deve medicar o pet sem orientação veterinária, sob risco de causar sérios prejuízos à saúde do seu amigo! 

Já em relação às mudanças na rotina, a Dra. Erika diz que algumas medidas simples são recomendadas não só para tratar, mas também para evitar o caso de um cachorro triste. São elas:

  • companhia: tire um tempo do seu dia para fazer brincadeiras com o cachorro! Demonstre afeto, faça carinho, converse e procure agradá-lo com desafios e, claro, petiscos como recompensa;
  • passeios: passear com cachorro é fundamental para a saúde física e mental dele. Os horários mais recomendados são antes das 10h e após as 16h. Leve sempre água para hidratar o pet;
  • higiene: ela também é importante para o bem-estar canino. Por isso, nunca descuide dos banhos regulares e da escovação;
  • enriquecimento ambiental: o tédio e a frustração andam junto com quadros de ansiedade canina e depressão, ainda mais para pets que passam muito tempo sozinhos. Por isso, procure entretê-los na sua ausência com brinquedos interativos. “Se achar que eles preferem ficar na presença de sons, deixe uma música ou a TV ligada. Hoje em dia, existe até um canal de assinatura feito especialmente para cachorros”, sugere a médica-veterinária.

Além de seguir essas recomendações, não deixe de reforçar as doses de vacina e de levar seu filho de quatro patas para um check-up ao menos uma vez por ano. Agende já uma consulta na clínica Petz mais próxima a você!

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