Cachorro pode comer frango cru? Quais são os riscos?

Esportistas, “ratos de academia” e basicamente qualquer pessoa que já tenha pensado em adotar uma dieta mais saudável sabe que a carne de frango costuma ser a grande recomendação dos nutricionistas. Menos calórico que a carne vermelha, o peito de frango também é relativamente mais acessível. Porém, isso não significa que o cachorro pode comer frango cru ou cozido.

Afinal, nem tudo que é indicado para nós, seres humanos, é recomendável para os pets. Além disso, existe uma grande diferença entre oferecer um alimento cozido ou do jeito que ele chega do açougue ou do supermercado. Então, será que cachorro pode comer frango cru?

Antes de responder se cachorro pode comer frango, é válido destacar que as rações caninas de qualidade já contêm todos os nutrientes de que os cães necessitam para o bom funcionamento de seu organismo. Ou seja, não é preciso complementar a dieta com outros alimentos.

Entretanto, se a ideia é substituir a ração por alimentos preparados em casa, é imprescindível que a dieta seja elaborada por um especialista. Do contrário, o pet se tornará mais sujeito ao risco de deficiências e excessos de nutrientes, o que é prejudicial para a saúde dele. Continue a leitura e confira se cachorro pode comer frango cru. 

Afinal, faz mal dar frango cru para o cachorro?

Conforme explica a Dra. Mariana Porsani, médica-veterinária especialista em nutrologia animal, as proteínas são nutrientes de extrema importância para o organismo dos cachorros, atuando na manutenção da musculatura, pelagem, e em diversas funções orgânicas do pet. 

Isso explica por que as carnes e outras formas de proteínas provenientes de animais estão entre os principais ingredientes das rações formuladas para cães. No entanto, não é surpresa que mesmo alimentos teoricamente seguros podem fazer mal se consumidos de maneira inadequada, seja pelo modo de preparo ou pela quantidade.

“Qualquer tipo de carne crua, ovos ou leite cru podem estar contaminados com micro-organismos”, alerta a especialista. Nesse sentido, uma recomendação muito comum para evitar contaminações é manter os alimentos congelados em temperaturas inferiores a -8°C por, no mínimo, uma semana antes de oferecê-los ao cachorro. 

Contudo, para a especialista não existe congelamento profilático: “A única forma de prevenção de contaminação é o cozimento dos produtos”, diz. 

Entenda os riscos de contaminação

Ainda que tenham consumido um alimento contaminado, nem todos os pets irão necessariamente desenvolver doenças ou manifestar sintomas. De acordo com a Dra. Mariana, o risco de problemas é maior em caso de animais suprimidos, idosos, filhotes ou de cadelinhas gestantes, que têm mais chances de apresentar manifestações clínicas.

É importante destacar que mesmo sem manifestar qualquer sintoma, os cães contaminados ainda podem transmitir doenças para seres humanos. A seguir, conheça alguns dos principais contaminantes encontrados na carne de frango crua e seus efeitos:

• a bactéria Campylobacter spp, causadora de inflamação no cólon, levando a quadros de febre e diarreia;
• o protozoário Toxoplasma gondii, responsável pela toxoplasmose, que tem como sintomas dores musculares, febre e inchaço nos gânglios;
• as bactérias da família Salmonella, cujos sintomas de infecção incluem febre, vômitos, diarreia e dor abdominal.

Dependendo do estado de saúde do pet e dos membros da família contaminados, as consequências da contaminação podem ser bastante graves. Portanto, nunca dê frango cru para seu amigo de quatro patas, nem mesmo conhecendo a procedência do alimento. Portanto, agora você já sabe se cachorro pode comer carne crua.

Temperos estão liberados?

Seja como petisco ou como parte de uma alimentação caseira recomendada e elaborada por um médico-veterinário especialista, é possível incluir o frango cozido na dieta do cachorro. Mas qual é o jeito certo de prepará-lo?

Embora seja tentador treinar os dotes culinários diante dos olhinhos pedintes do cachorro,  a prática não é nem um pouco recomendada. Isso porque alguns dos principais temperos que usamos para dar sabor aos alimentos não são recomendados para os pets. Cebola e alho, por exemplo, são ingredientes inofensivos para nós, porém são o que cachorro não pode comer. 

Outros ingredientes comuns no preparo de carnes são o óleo e o azeite, que embora não sejam proibidos, devem ser usados com muita moderação na alimentação dos cães.

É importante que a carne seja servida preferencialmente cozida na água ou no vapor. Um frango assado também pode ser uma opção, desde que feito sem temperos. Ervas como alecrim e um pouco de sal podem ser acrescidos depois do cozimento para instigar o olfato.

Como oferecer frango para meu cachorro?

Mas, antes de se aventurar, o melhor é sempre buscar a orientação de um profissional sobre o que cachorro pode comer, pois mesmo alguns temperos que não fazem mal e podem ser incorporados à dieta do pet, em alguns casos, dependendo do estado de saúde específico do seu cachorro, podem não ser indicados. Por isso, fique atento e, na dúvida, é melhor não arriscar. 

Vale destacar que o frango deve ser servido sempre desossado. Especialmente após o cozimento, os ossos de galinha quebram com facilidade, formando lascas e superfícies pontiagudas que podem causar lesões graves no organismo do pet. 

Por fim, o cachorro pode comer frango cozido, mas só como petisco. Por isso, tenha em mente que quantidade nunca deve ultrapassar 10% da quantidade diária recomendada de calorias. O excesso de alimentos, para além da alimentação de base, aumenta o risco de sobrepeso e de problemas de saúde, como sobrecarga das articulações.

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