Você já se perguntou sobre a necessidade da suplementação para cachorro? A importância da alimentação para o equilíbrio do organismo é conhecida desde a Grécia Antiga, com os tratados de Hipócrates, em que figura a famosa frase: “que seu alimento seja seu remédio”.
De fato, sempre que algo não vai bem com a saúde de um indivíduo, é muito comum que o médico recomende mudanças na alimentação. No caso dos pets, no entanto, é normal que os tutores se perguntem se é preciso oferecer uma vitamina para o cachorro ficar forte, por exemplo.
Pensando nisso, conversamos com a Dra. Mariana Porsani, médica-veterinária especialista em nutrologia animal, que respondeu a algumas das dúvidas mais comuns sobre a suplementação e o uso de vitaminas para cachorro.
Entende-se por suplementação o uso de fórmulas ou medicamentos para complementar a dieta com um aporte maior de nutrientes importantes para o bom funcionamento do organismo do cachorro. Vitaminas, minerais, aminoácidos essenciais, alguns tipos de gordura, entre outros, são alguns exemplos.
Além do aporte de nutrientes essenciais, a suplementação pode ser feita com nutrientes que, embora não sejam fundamentais, agregam benefícios para a saúde, em alguns casos.
Nem todo cachorro precisa de suplementação. Em geral, cães saudáveis, com uma dieta à base de uma ração de qualidade, já possuem uma alimentação equilibrada. Isso porque esses alimentos são formulados com todos os nutrientes de que o pet necessita.
Já para aqueles tutores que apostam na dieta caseira, a suplementação é obrigatória, pois os alimentos não contêm vitaminas e minerais em quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo dos cães.
Nesses casos, é fundamental que tanto a dieta quanto a suplementação para cachorro seja prescrita pelo médico-veterinário após uma avaliação cuidadosa do estado de saúde do paciente.
Por serem mais propensos a apresentar problemas de saúde relacionados ao coração e às articulações, cães idosos podem se beneficiar bastante da suplementação com nutracêuticos, que agregam vantagens extras para a saúde do pet. Entre as principais indicações para cães idosos, estão as suplementações de condroitina, glucosamina e ômega 3, pensando nas articulações.
Existem dois tipos diferentes de suplementação para cachorro. O primeiro pode ser feito para completar os nutrientes essenciais que estejam faltando por algum motivo (como no caso da dieta caseira).
Por outro lado, o suplemento para cachorro também pode ser usado para fornecer nutrientes que, embora tragam benefícios, não são essenciais para o organismo do pet, de modo que ele pode viver sem eles.
Esse último tipo de suplementação recebe o nome de nutracêutica. Nesse sentido, a Dra. Mariana cita o exemplo da suplementação de condroitina, uma substância que ajuda na manutenção das articulações.
Independentemente do tipo, é importante que a suplementação seja prescrita por um médico-veterinário, que, além de recomendar o melhor suplemento vitamínico para cães, poderá dar orientações quanto à dosagem.
Somente um veterinário poderá identificar se o cachorro está com alguma deficiência e saberá qual é o melhor tratamento após uma avaliação clínica e a análise de exames.
Entretanto, vale a pena ficar atento a alguns sinais de que pode estar faltando algum nutriente na dieta do seu amigo de quatro patas. Entre eles, podemos citar: alteração dos pelos, que se tornam mais secos e quebradiços, descamação de pele e maior propensão a fraturas.
A respeito da importância de levar o pet para um check-up em caso de suspeita de deficiências nutricionais, tenha em mente que o desequilíbrio nem sempre é causado pela baixa ingestão de determinado nutriente.
Ele também pode estar ligado a problemas de má absorção, como aqueles causados por verminoses. Nesses casos, além do uso de um suplemento para cães, é fundamental tratar a origem do problema.
Em geral, vegetais, como frutas, verduras e legumes, contêm uma série de micronutrientes importantes para o organismo dos cachorros, com destaque para vitaminas e minerais.
Entretanto, para suprirem as necessidades caninas, seria preciso que os animais consumissem uma grande quantidade desses alimentos, o que, além de ser inviável (pois os pets se sentiriam saciados muito antes de terminarem a porção), ainda contribuiria para o ganho de peso.
Outro exemplo dado pela Dra. Mariana é o oferecimento de casca de ovo como fonte de cálcio. “Porém, não há um estudo que mostre a digestibilidade, ou seja, quanto de cálcio seria aproveitado de cada casca, até porque a quantidade depende da raça da galinha e de como ela se alimenta”, explica.
“Quando fazemos a suplementação, consideramos quanto cada alimento fornece de cada nutriente e somamos. Então, com base nas necessidades do animal, calculamos quanto falta e completamos com o suplemento mais adequado”, completa.
Isso não quer dizer que você não possa oferecer frutas e legumes para cães que se alimentam de ração. A vantagem da oferta de vegetais como petisco é que eles costumam ter uma quantidade menor de gordura em relação aos produtos industrializados, como biscoitinhos e bifinhos.
Contudo, é importante lembrar que a quantidade oferecida nunca deve ultrapassar 10% da porção diária recomendada de calorias, para evitar o ganho de peso.
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