Diversas culturas possuem lendas macabras associadas aos morcegos, sem contar o Conde Drácula, fenômeno da cultura pop inspirado na obra-prima de Bram Stoker. Toda essa atmosfera contribui continuamente para a imagem vampiresca dos quirópteros, capazes de sugar todo o sangue das vítimas. Porém, afinal, o que morcego come?
Para entender o que morcego come, para começo de conversa, é preciso ter em mente que não existe uma única espécie desse animal. Até o momento, já foram identificadas mais de 1.000 espécies de morcegos ao redor do globo.
Considerando que, atualmente, pouco mais de 5.000 espécies de mamíferos estão catalogadas, os morcegos correspondem a 1 a cada 5 delas, o que, em parte, se deve à grande adaptabilidade deles: distribuídos geograficamente por quase todo o globo, exceto pelos locais de frio extremo.
Assim, não é possível responder ao que morcego come no geral, já que os hábitos alimentares variam de uma espécie para outra. Contudo, uma coisa é fato: como ordem, os quirópteros estão longe de ser os monstros sugadores de sangue que muitos imaginam!
Isso porque, na verdade, das cerca de 1.000 espécies existentes, apenas 3 são de morcego hematófago, sendo que delas apenas 1 se alimenta do sangue de mamíferos. As outras 2 têm como vítimas preferenciais as aves.
A maioria das outras espécies corresponde a morcegos frugívoros e insetívoros, isto é, que se alimentam principalmente de frutas e insetos, de modo que a fama dos quirópteros serem vampiros é baseada muito mais na exceção do que na regra.
Alguns morcegos ainda podem se alimentar de néctar, pólen, folhas, flores (como o morcego nectarívoro) e até pequenos animais, como pequenos peixes, anfíbios e mamíferos, como roedores (como o morcego carnívoro).
Ao menos, na América do Sul, a percepção de que os morcegos são animais sugadores de sangue até tem razão de ser. Apesar de a alimentação dos morcegos ser bem variada, a espécie hematófaga está bem presente nessa região.
Embora, no Brasil, existam cerca de 140 espécies, das quais a maioria não se alimenta de sangue, as 3 cuja alimentação se restringe ao sangue de outros animais estão distribuídas apenas no continente. São elas:
Entre essas 3 espécies, a D. rotundus é a de maior densidade e mais estudada pelos impactos sociais e econômicos. Ela representa animais pequenos, com 10 cm, que vivem em grandes colônias de até 100 indivíduos.
Essa espécie possui hábitos noturnos, sendo que os ataques ocorrem entre uma e duas horas após o pôr do sol, normalmente. Em seguida, os morcegos vão para as copas das árvores, onde fazem a digestão.
Sabido que, entre o que morcego come, está o sangue, é natural se perguntar se esse animal pode beber tanto a ponto de matar a presa. Por ser pequeno, o morcego-vampiro não suga uma grande quantidade de sangue por ataque.
Estima-se que, em média, ele ingira cerca de 30 ml de sangue por vez, o equivalente a aproximadamente 2 colheres de sopa. O problema é que, conforme já dissemos, a espécie vive em bandos, de modo que um boi, por exemplo, pode ser atacado por mais de um morcego ao mesmo tempo ou na mesma noite.
Além disso, os morcegos podem voltar e atacar a mesma vítima durante vários dias, o que, com o tempo, pode levar a quadros graves de anemia. Lembrando que, na falta de bovinos, alvos preferenciais, os morcegos-vampiros podem atacar outros mamíferos, como gatos, cachorros e seres humanos.
Como visto, a mordida de um único morcego hematófago não é o suficiente para causar problemas dignos dos filmes de vampiros. Entretanto, existe uma situação em que ela pode ser fatal: quando o animal está contaminado com o vírus da raiva, transmitido à vítima com a mordida.
Letal em grande parte dos casos, a raiva é transmitida para humanos principalmente pela mordida de cães infectados justamente a partir da mordida de morcegos contaminados.
Assim, levar o seu amigo de quatro patas para tomar o reforço anual da vacina antirrábica é uma maneira de proteger não apenas o cachorro, mas toda a comunidade. Fique atento ao calendário de vacinação!
Dito isso, é importante destacar que não há motivos para demonizar os morcegos. Em primeiro lugar porque, conforme explicamos aqui, os morcegos hematófagos são minoria entre todas as espécies.
Além disso, mesmo entre as espécies hematófagas, apenas uma pequena parte carrega o vírus da raiva, e a transmissão da doença pode ser contida por meio da vacinação.
Não bastasse isso, em regiões onde a população de morcegos é maior, é possível contar com outras formas de proteção, como iluminação reforçada dos ambientes e uso de barreiras mecânicas como telas.
Vale lembrar que, como animais silvestres, os morcegos são protegidos pela Lei de Crimes Ambientais. Ao se deparar com um, procure espantá-lo com a luz ou entre em contato com a Secretaria Municipal de Saúde da sua cidade.
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